quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Aneel aprova aumento no preço da energia de Itaipu que ficará mais cara para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste

A energia da usina de Itaipu vai ficar 46,14% mais cara a partir de janeiro de 2015. Ou seja, dentro de 20 dias, vai aumentar explosivamente o preço da energia de Itaipu. O aumento vai afetar o consumidor de três regiões do País: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. São as distribuidoras de energia dessas regiões que contratam Itaipu. O impacto na tarifa, porém, é difícil de ser calculado porque depende de outros fatores além do custo da eletricidade na usina. Também entram na conta os custos dos demais integrantes da cadeia de fornecimento da energia, como transmissores e distribuidores. A decisão foi tomada nesta terça-feira (9) pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). De acordo com a agência reguladora, a tarifa de Itaipu passa de US$ 26,05 o kilowatt para US$ 38,07. O aumento foi autorizado pela agência reguladora como forma de compensar a inadimplência das distribuidoras de energia ao longo de 2014 e também o custo mais elevado que a usina teve este ano para comprar energia. Essa compra foi necessária para que Itaipu, afetada pela seca, conseguisse atender seus contratos vigentes. Apesar da alta, a energia de Itaipu ainda pode ser considerada barata quando comparada à gerada por usinas térmicas. Com o novo preço, o valor do MWh (megawatt-hora, medida de consumo) de Itaipu ficará em cerca de R$ 137,48 (considerando o dólar desta terça-feira, de R$ 2,596). Na usina térmica considerada pelo governo a mais relevante, o MWh custa R$ 388,48. A inadimplência das distribuidoras com a compra da energia de Itaipu não afetou a usina e sim a Eletrobras. A estatal é a responsável por fazer os pagamentos à empresa binacional. Só depois a Eletrobras recebe o dinheiro equivalente das distribuidoras. Como o nível de inadimplência foi elevado, a Eletrobras diz ter tido despesas de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões por mês que ainda não foram cobertas. O resultado disso foi uma conta negativa para a estatal que deve encerrar o ano em R$ 3,946 bilhões. A Eletrobras chegou a solicitar que a Aneel autorizasse uma revisão extraordinária das tarifas, para que tentar recolher a quantia em aberto neste ano. A Aneel negou o pedido e empurrou esse aumento para o ano que vem, por isso o reajuste das tarifas será alto no ano que vem. A agência nacional ainda determinou que sejam realizadas fiscalizações sobre os procedimentos adotados pela Eletrobras para contabilizar os gastos com a compra da energia de Itaipu.

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