quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Aloysio Nunes Ferreira diz que afirmação de delator Augusto Mendonça, da Toyo Setal, "fragiliza" a petista Dilma

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), afirmou nesta quarta-feira, 3, que a afirmação do executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça, um dos delatores da Operação Lava Jato, de que o esquema envolvendo contratos na Petrobras encobria doações oficiais ao PT "fragiliza muito" a posição da presidente Dilma Rousseff. "Essa denúncia fragiliza muito a posição da presidente Dilma, porque é uma impressão digital colocada na contabilidade oficial do PT que alimentou evidentemente a sua campanha. Isso fragiliza muito, agora é preciso levar essas apurações às últimas consequências", defendeu o tucano, ex-vice na chapa do presidenciável derrotado do PSDB, Aécio Neves. Para o tucano, o esquema de corrupção na Petrobras chegou "muito perto" de Dilma. "Então, isso abre realmente um flanco muito grave na carapaça que a presidente construiu e tentou construir em torno dela", afirmou. Ele ressalvou, entretanto, que é preciso que a denúncia seja apurada e confrontada com provas incontestáveis. Apesar da gravidade das revelações, Aloysio Nunes Ferreira disse que até o momento não há as duas condições políticas para se pedir a abertura de um processo de impeachment contra a presidente reeleita. A primeira, a condição jurídica, que é a necessidade de uma "prova inconteste" do envolvimento de Dilma, e a outra condição, a política, que englobam o esvaziamento do apoio, a crise e o colapso político do governo. O deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), líder do PSDB na Câmara, considerou "gravíssimo" o fato relatado pelo empresário e afirmou que o caso de corrupção da Petrobras se aproxima cada vez mais da presidente Dilma. "Na medida em que as investigações avançam, os crimes cometidos se aproximam do Palácio do Planalto e da própria figura da presidente Dilma", disse. Segundo ele, "nenhum brasileiro" vai acreditar que Dilma não sabia do esquema na estatal: "Não dá para acreditar que ela não sabia de nada. Pode-se até dar um crédito a ela, e dizer que ela não sabia de tudo, pela vastidão amazônica do esquema. Mas que ela não sabia de nada, nenhum brasileiro vai acreditar nisso". Ele também afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) estava certo ao afirmar que perdeu as eleições porque uma "organização criminosa" se instalou na Petrobras e ajudou a financiar a campanha de Dilma.

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