terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A anistia, a extrema esquerda e o crime continuado ao longo da história

José Miguel Vivanco, diretor-executivo da divisão Américas da ONG Human Rights Watch, concede um entrevista a Fernanda Godoy, na Folha desta segunda, e diz uma coisa óbvia e outra nem tanto. A óbvia: a Comissão Nacional da Verdade deveria ter-se ocupado também dos crimes cometidos pelas esquerdas, como tenho afirmando aqui há muito tempo, como como já afirmei na Folha e na Jovem Pan.

Seu raciocínio é de uma simplicidade óbvia, ululante: “Não pode haver um peso e duas medidas. Se houve abusos cometidos por grupos armados irregulares, isso deve constar de um informe dessa natureza. E também haveria servido para mostrar a magnitude dos abusos cometidos pelo Estado e a magnitude dos abusos dos grupos armados.”
Sim, é um raciocínio simples, mas vai ao âmago da questão: as esquerdas assentam a sua luta sobre uma mentira escandalosa: a de que elas foram apenas vítimas dos militares. A forma que tomou essa questão no Brasil, com indenizações e pensões que somam muitos bilhões, pede que, de um lado, existam os vilões para que, do outro, apareçam, incólumes, os mocinhos. Ocorre que alguns desse mocinhos são notórios assassinos — muitos se orgulham ainda hoje dos homicídios cometidos —, mas que, não obstante, estão sendo ressarcidos pelo estado por sua suposta… luta!
Não que eu concorde com Vivanco em tudo. Ele dá mostras de desconhecer, também ele, como se deu a anistia no Brasil. É uma mentira pilantra a história de que se tratou apenas de autoanistia. A lei que decidiu livrar agentes do estado e terroristas de ações penais foi referendada por um Congresso eleito livre e democraticamente.  Foi uma precondição da Emenda 26, que convocou a Constituinte. Logo, não pode ser revista. Hoje, com efeito, tanto tortura como terrorismo não seriam mais passíveis de graça. Aquela era a lei daqueles dias.
O discurso sobre a revisão da Lei da Anistia serve apenas à mística das esquerdas. Em São Carlos, nesta segunda, 200 ditos representantes do “Levante Popular da Juventude” — estudantes coxinhas de extrema esquerda, desocupados que nem estudam nem trabalham e são meros esbirros do MST — pararam a rodovia Washington Luís com pneus queimados para pedir punição para os crimes da ditadura. Eu peço é a punição para essa horda, que põe em risco a segurança de terceiros e fere o direito de ir e vir, garantido pela Constituição.
Longe dali, em Brasília, outro grupelho de extremistas, ligado aos sem-terra, invadiu a sede da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil) para, dizem eles, protestar contra a posse da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) na presidência da entidade. Ela deve ser nomeada ministra da Agricultura, uma das poucas boas notícias do governo Dilma.
Por que junto esses três elementos num único comentário? Porque temos o de sempre: os extremistas de esquerda continuam a separar o mundo entre os que são maus — os outros — e os que seriam bonzinhos: eles próprios. Ocorre que hoje, a exemplo de ontem, continuam a cometer ilegalidades e violência e a chamar a sua ação truculenta de democracia.
Os esquerdistas digam o que quiserem, mas jamais conseguirão esconder o fato de que suas teses e sua história se assentam sobre a mais impressionante montanha de cadáveres que a humanidade já conseguiu produzir em nome de uma causa. Por Reinaldo Azevedo

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