terça-feira, 11 de novembro de 2014

Rússia construirá oito novos reatores nucleares no Irã

Usina nuclear de Bushehr, localizada ao sul do Irã

A Rússia anunciou nesta terça-feira que tem planos para construir oito novos reatores nucleares no Irã. A agência estatal Ria-Novosti reportou que o Kremlin financiará os reatores para Teerã fazer “uso pacífico da energia atômica”. O acordo prevê o envio dos resíduos nucleares para a Rússia, onde serão “reprocessados e estocados”. Tanto a Rússia quanto o Irã enfrentam duras sanções econômicas estipuladas pelo Ocidente. O comunicado russo é mais um obstáculo a ser superado pelas potências que tentam chegar a um acordo com Teerã sobre o seu programa nuclear. O grupo 5+1, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, China, Grã-Bretanha e Rússia) mais a Alemanha, estipularam o dia 24 de novembro como o prazo final para alcançar um consenso com a república islâmica. O Irã insiste que faz uso da energia nuclear apenas para fins pacíficos, mas o Ocidente suspeita que Teerã trabalha secretamente no desenvolvimento de uma bomba atômica. Recentemente, o presidente americano enviou uma carta ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo da república islâmica, para tratar da luta contra o avanço do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) no Oriente Médio. Críticos ao governo de Obama disseram que o gesto poderia simbolizar uma postura mais branda do presidente com Teerã. Oficiais em Washington, no entanto, reforçaram que não haverá cooperação militar entre os países e que os Estados Unidos seguem irredutíveis com relação à possibilidade de o Irã enriquecer urânio. “Nós não permitiremos que o Irã desenvolva uma arma nuclear”, afirmou o vice-presidente americano, Joe Biden, na segunda-feira. Em mais uma prova do radicalismo de Teerã, o aiatolá Ali Khamenei recorreu à sua conta no Twitter para pedir a “aniquilação” de Israel. Entre as postagens do líder supremo estava um documento intitulado “nove perguntas-chave sobre a eliminação de Israel”. No arquivo constava um pedido para que “todos os povos originais da Palestina, incluindo muçulmanos, cristãos e judeus, se organizassem em um referendo” para “eliminar Israel da forma apropriada”. Os comentários de Khamenei foram condenados pelo primeiro-ministro da Israel, Benjamin Netanyahu. Ferrenho opositor das negociações nucleares com Teerã, o premiê instou as potências mundiais a não cooperarem com a república islâmica. “Não existe moderação no Irã. Eles não expressam arrependimento. Pedem a erradicação de Israel e promovem o terrorismo internacional”, declarou Netanyahu, por meio de um comunicado: “Esse regime terrorista do Irã não pode se tornar uma potência nuclear. E eu peço aos países do 5+1 para não aceitarem um acordo que possibilitará o desenvolvimento da bomba por parte do Irã".

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