quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Polícia Federal admite erro ao citar diretor da Petrobras em escândalo

O delegado Márcio Adriano Anselmo, da Polícia Federal, admitiu nesta quarta-feira que errou ao relacionar o atual diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, entre os que teriam recebido dinheiro do esquema bilionário de lavagem de dinheiro envolvendo a estatal. No início da tarde, o juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, pediu esclarecimentos à Polícia Federal sobre o envolvimento ou não de Cosenza no caso, depois de declarar, nos autos da Operação Lava Jato, que não havia sido informado de qualquer “prova concreta” da atuação do diretor no propinoduto. “Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras. Cumpre esclarecer que não há, até o momento, nos autos, qualquer elemento que evidencie a participação do atual diretor no esquema de distribuição de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras”, admitiu a Polícia Federal. Cosenza sempre negou ter participado de qualquer irregularidade envolvendo o Petrolão, mas a citação de seu nome havia provocado mal estar na empresa e no governo porque ele ainda pertence aos quadros da Petrobras e foi indicado ao posto pela presidente Graça Foster – sua citação, portanto, colaria o escândalo também na atual administração da estatal, e não mais apenas na gestão anterior, de José Sergio Gabrielli. O nome de José Carlos Cosenza apareceu pela primeira vez na lista de suspeitos após os próprios policiais o terem citado em interrogatórios feitos aos executivos de empreiteiras detidos na semana passada. De acordo os policiais, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, antecessor de Cosenza na diretoria da petroleira, e o doleiro Alberto Youssef, teriam elencado o nome do dirigente entre os beneficiários da propina. Os dois assinaram acordos de delação premiada para dar detalhes do esquema em troca da perspectiva de benefícios judiciais. No mesmo documento em que admite o erro de ter relacionado o diretor da Petrobras entre os beneficiários de propina, a Polícia Federal diz que em determinados trechos dos depoimentos, foi perguntado aos investigados se conheciam José Carlos Cosenza “apenas em razão do mesmo ter sucedido a Paulo Roberto Costa, área em que foram identificados os pagamentos, bem como por ter sido seu gerente executivo”.

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