quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Não existe acordo entre governo e oposição na CPI para preservar políticos

Olhem aqui: é importante não confundir alhos com bugalhos. Vocês vão ler em toda parte que governistas e oposicionistas fizeram um acordo na CPI Mista da Petrobras para não convocar políticos, restringindo os requerimentos a pessoas ligadas à Petrobras e ao doleiro Alberto Youssef. Aqui e ali, já li até que um pizzão estaria em curso. Bem, de vez em quando, a gente consegue dar uma boa notícia. Não é nada disso. De fato, entre possíveis convocados, que ficaram fora da lista, estão medalhões como a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Havia também a possibilidade de se convocar Leonardo Meirelles, ex-operador de Youssef, segundo quem Sérgio Guerra, já morto, ex-presidente do PSDB, também teria recebido propina. Os parlamentares entenderam que esses nomes, se aprovados — e, claro!, seria preciso passar pela sólida maioria governista — iriam monopolizar as atenções da comissão, e todo o resto pareceria irrelevante. Acho o argumento procedente. Até porque, convenham, os nomes dos políticos, para valer, devem sair da delação premiada. Não creio que verdades bombásticas venham à tona no âmbito na comissão. Nesse caso, mais importante é entender, se possível, a mecânica da quadrilha. Ou alguém acredita que Gleisi ou Vaccari possam dar alguma contribuição relevante? A comissão tem até 22 de dezembro para votar o relatório. Nada impede — e as oposições já estão comprometidas com isto — que se instaure outra CPI na nova Legislatura. Aliás, isso parece fatal. Na segunda é que se vai ver se a base governista continua a sabotar a CPI: serão votados os requerimentos para ouvir Sérgio Machado, presidente licenciado da BR Distribuidora, e Renato Duque, o petista que comandava a diretoria de Serviços. Segundo Paulo Roberto Costa e Youssef, era ele quem cuidava da propina para os petistas, em parceria com Vaccari. Por Reinaldo Azevedo

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