segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Ministro do Desenvolvimento Agrário, o trotskista gaúcho Miguel Rossetto, deve assumir a Secretaria Geral da Presidência da República


Mesmo sem anunciar nenhum nome oficialmente, a presidente Dilma Rousseff segue avançando na montagem de sua equipe ministerial para o segundo mandato. Depois de escolher Joaquim Levy para a Fazenda, Nelson Barbosa para o Planejamento, o senador Armando Monteiro (PTB-PE) para o Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para a Agricultura, a presidente já tem praticamente definidas mais duas escolhas. O atual ministro do Desenvolvimento Agrário, o trotskista gaúcho Miguel Rossetto (membro da seita trotskista DS - Democracia Socialista, mesmo grupelho de Arno Augustin, o atual Mandrake da Secretaria do Tesouro Nacional), será deslocado para a Secretaria Geral da Presidência no lugar de Gilberto Carvalho. Para seu lugar no Desenvolvimento Agrário o escolhido será Carlos Guedes, atual presidente do Incra. A opção pelos dois nomes não é a toa. Ambos são ligados aos setores mais de esquerda do governo. Suas escolhas, dessa forma, funcionariam como um gesto em direção a esses grupos como uma maneira de amenizar as reclamações feitas pelas indicações de Levy, Kátia e Armando, considerados muito próximos do mercado e dos setores produtivos. Assim, a parte da reforma que será anunciada essa semana deverá ser ampliada para acrescentar dois nomes com perfis mais à esquerda e contrabalançar as quatro indicações anteriores, que formarão uma espécie de espinha dorsal da nova equipe econômica de Dilma. O problema é que não são apenas os setores à esquerda do governo que se aborreceram com as primeiras escolhas – até agora não anunciadas – feitas por Dilma. No PMDB, existe grande insatisfação pela ida de Kátia Abreu para a Agricultura. A idéia de nomear a senadora passa por um aceno ao setor do agronegócio, já que ela preside a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Só que mesmo nesse segmento existem resistências ao seu nome. Mas o pior é que a indicação foi feita sem o aval do vice-presidente Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Nas conversas iniciais, a tendência seria a de manter o atual ministro Neri Geller no posto, o que agradava aos pemedebistas e a representantes importantes do setor, como o senador Blairo Maggi (PR-MT). Com a mudança de planos, as queixas de aliados apareceram rapidamente. Outro problema surge com a nomeação de Armando Monteiro. A idéia original era de não nomear para o governo nenhum dos candidatos ao governo que foram derrotados. Assim, a petista Dilma fugiria do estigma que atrapalhou o primeiro mandato do ex-presidente e alcaguete Lula (ele delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr, no seu livro "Assassinato de Reputações") de nomear candidatos derrotados dando ministérios como forma de compensação em vez de escolher pessoas consideradas como as melhores para a função. Armando disputou e perdeu, com o apoio do PT, o governo de Pernambuco. Sua ida para o primeiro escalão reabre uma possibilidade que parecia distante de se criar vagas para candidatos perdedores, como o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por exemplo, que concorreu em São Paulo.

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