quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Ministério Público do Rio de Janeiro vai ouvir Paulo Roberto Costa sobre o presidente da Transpetro


O juiz federal Sérgio Moro autorizou nesta quinta-feira que o Ministério Público do Rio de Janeiro tome o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sobre o enriquecimento ilícito do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, homem de confiança do senador Renan Calheiros (PMDB) e sobre sobrepreço nas obras de ampliação do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). O ex-diretor da estatal cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, alertou sobre o impedimento de perguntar ao réu sobre políticos. "A inquirição deve versar sobre o objeto dos inquéritos civis referidos e não sobre o envolvimento de autoridades com foro privilegiado em crimes ou em fatos que possam em tese configurar crimes (mesmo se também caracterizem improbidade)", afirmou o juiz. Ex-senador pelo PMDB, Sérgio Machado foi nomeado para a subsidiária da Petrobras em 2003, durante o governo Lula, após ser indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele se licenciou depois que seu nome foi citado no esquema de corrupção na estatal. Preso por controlar um esquema de arrecadação de propina na Diretoria de Abastecimento entre 2004 e 2012, repasse de valores para partidos políticos, Paulo Roberto Costa fez delação premiada e obteve direito à prisão domiciliar. Sérgio Machado declarou que o procedimento do Ministério Público do Rio de Janeiro não tem "nenhuma ligação" com a Lava Jato, "nem com Paulo Roberto Costa". Ele disse que a investigação da promotoria já concluiu "de forma categórica" que seus ganhos são "totalmente compatíveis com sua renda e patrimônio". 

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