quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Juiz Sérgio Moro nega pedido da Petrobras para Paulo Roberto Costa falar a comissões internas

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância, negou nesta quinta-feira (20) o pedido da Petrobras de interrogar nas comissões internas da estatal o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. No pedido, feito no último dia 29, a empresa solicitava que Costa respondesse às perguntas por escrito, já que ele cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. As comissões apuram os procedimentos de implantação da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), obras sobre as quais há suspeitas de superfaturamento, segundo o Tribunal de Contas da União. De acordo com investigações da Polícia Federal, Paulo Roberto Costa tem envolvimento nos dois casos. Na decisão, Moro destaca que o Ministério Público Federal se opôs ao pedido. O magistrado seguiu o entendimento do Ministério Público de que "a intervenção prematura de uma investigação administrativa pode eventualmente ser prejudicial". O juiz ressalta também que alguns dos questionamentos da Petrobras vão se referir a assuntos que "provavelmente integram o acordo de delação premiada" que Paulo Roberto Costa fez com a Justiça. "Assim, por ora, indefiro o pedido formulado pela Petrobras, sem prejuízo do oportuno compartilhamento judicial das informações obtidas para instruir os procedimentos instaurados pela referida empresa, com a ulterior oitiva, se necessário, de Paulo Roberto Costa", conclui Sérgio Moro.

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