sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Juiz condena ex-coronéis que torturaram pai da presidente do Chile, Michele Bachelet


Dois ex-coronéis da Força Aérea do Chile foram condenados nesta sexta-feira por torturar, em 1974, o pai da presidente Michelle Bachelet, Alberto (1923-1974). A medida, de primeira instância, foi decidida pelo juiz Mario Carroza. Os ex-coronéis de aviação Edgar Cevallos Jones e Ramón Cáceres Jorqueda foram condenados a dois e três anos de prisão, respectivamente. De acordo com a sentença, Cevallos Jones, de 83 anos, e Cáceres Jorquera, de 80, foram condenados como coautores do "delito reiterado de aplicação de tormentos". Em sua decisão, o juiz considerou a idade dos militares e outras atenuantes. Cáceres está internado há seis meses num lar para idosos. Alberto Bachelet foi preso logo depois do golpe de Estado que instaurou a ditadura de Augusto Pinochet, em 1973, por ter se mantido leal ao governo de Salvador Allende. Ele foi levado para a Academia de Guerra, onde foi torturado pelos próprios subalternos. Na sequência, acabou sendo hospitalizado. Mais tarde, com a saúde deteriorada, passou para a prisão domiciliar. Ele morreu meses depois de um ataque cardíaco. A Justiça considera que sua morte foi consequência direta da tortura. A mulher de Alberto e a filha Michelle também foram detidas em centros de torturas. "O que sinto é muita tranquilidade. Nós não pedimos nada além da verdade", declarou Angela Jeria, mulher do general Bachelet, ao ser informada da decisão. Por sua parte, o porta-voz do governo, Alvaro Elizalde, assinalou que a sentença constitui um passo a mais para avançar até a verdade e a justiça de que o Chile necessita. A investigação sobre a morte do pai da presidente faz parte de uma série de interrogatórios iniciados em 2011 pela justiça chilena em relação às mortes não esclarecidas durante a ditadura. Dentro desta investigação, a justiça ratificou que o general reformado Fernando Matthei não participou na morte de Alberto Bachelet. Matthei, pai da candidata de direita que Michelle Bachelet venceu nas eleições em dezembro passado, comandava a Academia de Guerra onde Bachelet esteve detido, mas não estava a par das torturas. Os ex-generais Bachelet e Matthei eram muito amigos e suas filhas também. A ditadura de Pinochet, que terminou em 11 de março de 1990, deixou um saldo de mais de 3.000 mortos e outras 37.000 vítimas que sofreram com a prisão e torturas.

Um comentário:

Cristiano Arruda disse...

Mas conspirar contra o Chile com aquele porco protegido com mão de ferro da Rússia, isso era bonito. Bachelet merece um tiro na testa. Mas ela beija as mãos do gafanhoto de satã de Cuba e não pede a prisão dele. Vagabunda sem-vergonha.