segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Delatores implicam atual diretor da Petrobras em esquema

O doleiro Alberto Youssef em depoimento

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef acusaram o atual diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, de participação no esquema de cobrança de propinas a fornecedores da petrolífera. As acusações serviram de base às perguntas feitas durante os interrogatórios dos diretores presos das empreiteiras suspeitas de participar do Petrolão, como ficou conhecido o esquema de desvio de recursos dos cofres da estatal para o bolso de políticos e partidos. Os depoimentos vieram a público nesta segunda-feira. "Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef mencionaram a existência de pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras, tendo como beneficiários além deles próprios, os diretores Duque, Cerveró e Cosenza, bem como alguns agentes políticos. Tem conhecimento destes pagamentos e de quem eram seus beneficiários?", perguntou o delegado Agnaldo Mendonça Alves aos executivos interrogados no fim de semana. Othon Zanoide de Moraes Filho e Ildefonso Colares Filho, diretores da Queiroz Galvão, e Newton Prado Júnior e Carlos Eduardo Strauch Aubero, diretores da Engevix, negaram o pagamento de propina a qualquer pessoa ou a participação em cartel para fraudar licitações e combinar propostas à estatal. Eles responderam às perguntas da Polícia Federal de forma evasiva, confirmaram que mantinham contatos com Youssef, mas não explicaram repasses feitos pelas empresas às firmas do doleiro. Prado Júnior chegou a afirmar que os contratos com o doleiro foram firmados pelos sócios da Engevix: "Foi um contrato que foi orientado pelos sócios. O objeto do contrato é consultoria em nível estratégico e empresarial que foi prestada no nível dos sócios, ou seja, seria prestada diretamente aos sócios". Interrogados nesta segunda-feira, José Adelmário Pinheiro Filho, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, José Ricardo Nogueira Breghirolli, Alexandre Portela Barbosa e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretores da OAS, preferiram ficar em silêncio. Os executivos serão ouvidos até terça-feira, quando vencem os prazos de prisão de 17 presos. Ou seja, esses executivos podem pegar penas superiores à do operador do Mensalão do PT, o publicitário mineiro Marcos Valério. 

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