quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Corte da Suécia rejeita pedido do hacker Julien Assange e mantém ordem de prisão


Uma corte de apelação da Suécia manteve nesta quinta-feira a ordem de detenção contra o hacker australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, acusado de estupro e abuso sexual. Desde 2012 ele vive refugiado na embaixada do Equador em Londres para evitar uma extradição. “Não há motivo para retirar a detenção apenas porque Julian Assange está em uma embaixada e, por esta razão, a ordem não pode ser aplicada no presente”, afirmou a Corte Svea, em Estocolmo. A decisão divulgada pontua que a permanência do hacker na embaixada “não deve contar a seu favor, já que ele mesmo pode escolher colocar um fim a isso”. Um tribunal de primeira instância também já tinha descartado o pedido em julho. “As razões para a detenção ainda superam as razões em contrário uma vez que Julian Assange é suspeito de crimes de uma natureza relativamente grave e há um grande risco de ele fugir dos procedimentos legais ou da punição se a ordem for derrubada”. O comunicado adverte, no entanto, que a investigação chegou a um ponto de impasse e os promotores não buscaram formas alternativas para interrogar Assange. “A Corte de Apelação considera que a falha dos promotores em examinar locais alternativos não condiz com sua obrigação de levar a investigação adiante”. A observação responde ao argumento da defesa do hacker segundo o qual a ordem de prisão deveria ser derrubada pela impossibilidade de executá-la enquanto Assange está na embaixada e porque os investigadores não viajaram para Londres para recolher seu depoimento. Assange não foi formalmente acusado na Suécia, mas a promotoria quer interrogá-lo sobre as denúncias envolvendo duas mulheres que ele encontrou durante uma visita ao país em 2010. O australiano de 43 anos nega as acusações. Ele se considera alvo de perseguição política dos Estados Unidos e acredita que, se a Grã-Bretanha extraditá-lo para a Suécia, ele será em seguida enviado aos Estados Unidos para ser julgado pelo vazamento de documentos confidenciais do governo americano.

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