sexta-feira, 28 de novembro de 2014

ANP afirma que projetos do pré-sal resistem a preços mais baixos do petróleo

Os projetos do pré-sal no Brasil, que em geral demandam grandes investimentos para extrair o petróleo de áreas bastante profundas, resistem a preços mais baixos que os atuais sem serem inviabilizados, afirmou nesta sexta-feira a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "Não tem nenhum projeto do pré-sal que eu conheço que não resista a US$ 72,00 ou que não resista a US$ 60,00. Pode cair, ainda tem um bom espaço para cair", afirmou Magda Chambriard, no Rio de Janeiro. O petróleo do tipo Brent, referência no plano de investimento da Petrobras, fechou nesta sexta-feira a US$ 70,15 o barril, com queda de 3,35%. Já o petróleo WTI, negociado nos Estados Unidos, fechou US$ 66,15 o barril, com queda de 10,23%, ainda repercutindo a decisão na véspera da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de não cortar produção. A Petrobras, que domina a produção no pré-sal, ainda pode lucrar se os preços caírem mais. No ano passado, a estatal afirmou que poderia ganhar dinheiro com seus campos em águas ultra-profundas do pré-sal mesmo se Brent caísse para US$ 40,00 a US$ 45,00 por barril. Já houve precedentes de tais colapsos. O petróleo Brent caiu para cerca de US$ 36,00 por barril no final de 2008, durante a crise financeira global. A diretora-geral também defendeu a resistência de projetos fora do pré-sal. "Ainda temos projetos muito robustos, porque o ganho de escala é imenso", afirmou. Uma das maiores produtoras privadas de petróleo no Brasil, a anglo-holandesa Shell, também está preparada para enfrentar diferentes cenários no Brasil, segundo explicou o presidente no País, André Araújo. "A Shell normalmente é bem conservadora na hora de fazer a avaliação de seus projetos, e a gente coloca o custo de barril de uma forma conservadora... nós estamos tranquilos”, afirmou Araújo.
De acordo com o executivo, a anglo-holandesa sempre trabalha com a perspectiva de que o preço do petróleo é volátil e que os projetos têm vida muito longa e precisa resistir. "Eu acho que o mundo hoje é mais volátil, acho que viver hoje dentro de volatilidade é uma questão de sobrevivência e acho que é muito difícil falar hoje sobre tendência. Eu não tenho ainda o que falar, está todo mundo tentando entender em que direção vai”, afirmou o presidente da Shell.

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