quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Aécio Neves diz que Oposição vai tentar derrubar manobra fiscal e, se preciso, vai à Justiça

O senador tucano Aécio Neves disse que a oposição vai trabalhar para derrubar a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que elimina da meta fiscal o limite de abatimentos de gastos com PAC e desonerações. “Estaremos vigilantes para impedir um cheque em branco para o governo”, disse. Segundo Aécio Neves, o Planalto quer, com a mudança, produzir um déficit e chamá-lo de superávit. Aécio Neves disse que, além de derrubar a proposta, a oposição estuda tomar medidas judiciais contra a proposta do Executivo. “Vamos discutir, inclusive, do ponto de vista judicial, quais as demandas cabíveis porque a presidente da República incorre em crime de responsabilidade se não cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou o tucano, em entrevista na saída do plenário do Senado. Para o tucano, o governo deveria ter a “humildade” de dizer que fracassou. “Um governo que foi perdulário, que não foi responsável do ponto de vista da administração dos gastos públicos, não tem autoridade moral para pedir ao Congresso que altere uma lei por ele aprovada”, disse. Aécio Neves lembra que até poucos meses atrás, as principais autoridades do governo diziam que cumpririam o superávit primário de 1,9% do PIB. Contudo, até o momento, tem-se apenas um déficit de 15 bilhões de reais. Também nesta quarta-feira, a manobra fiscal que o governo tenta emplacar no Congresso foi alvo de críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele ironizou a iniciativa, dizendo que nem mesmo o Rei Pelé conseguiria driblar a meta fiscal. “É um drible que não dá certo, vai mostrar a incompetência de bem gerir a economia do Brasil. É um gol contra, não tem sentido”. Segundo o ex-presidente, se aprovada, a proposta de lei permitirá que o governo termine o ano com déficit fiscal, sem que seja penalizado por isso. “Dilma falou que eu quebrei o País três vezes. Não sei quando. Agora é ela quem está quebrando o Brasil”, disse Fernando Henrique Cardoso, durante palestra em um evento de tecnologia, em São Paulo.

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