terça-feira, 28 de outubro de 2014

Vice-presidente da empreiteira Camargo Corrêa alega hipertensão e se afasta de empresa

Apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como contato do doleiro Alberto Youssef na construtora Camargo Corrêa, o executivo Eduardo Leite pediu licença do cargo de vice-presidente Comercial das empresas Construções e Comércio Camargo Corrêa e Camargo Corrêa Construções e Participações na semana passada. Leite alegou problemas de saúde. Seus advogados entregaram inclusive à Justiça Federal atestado médico afirmando que ele sofre de hipertensão. Assinada pelos advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Jorge Urbani Salomão a petição à Justiça afirma que Leite “está afastado das suas funções junto à empresa em que trabalha para tratar de um problema de saúde que o acomete, conforme declaração médica que ora se junta”. O atestado, assinado pelo médico Roberto S. Zeballos, informa que o executivo é portador de “hipertensão arterial de difícil controle”. O clínico geral assinala, ainda: “No momento, estou tendo dificuldades de ajustar seus medicamentos em função de importante estresse profissional". Ele lembra que, em agosto de 2013, Leite passou por um episódio semelhante e chegou a ser internado. “Por estes motivos, recomendo o afastamento provisório de suas atividades profissionais por pelo menos 45 dias até nova avaliação”, conclui o médico. Além de justificar seu afastamento do cargo, os advogados afirmaram à Justiça que Leite está a disposição para colaborar com as investigações e, inclusive, citaram o endereço do executivo. “Eduardo Leite está à disposição da Justiça, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal para quaisquer esclarecimentos”, declarou o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. Em uma das audiências da Lava Jato realizada em setembro, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, que atuava como procurador de Youssef em suas empresas de fachada, informou que Eduardo Leite era um dos contatos do doleiro Alberto Youssef na construtora Camargo Corrêa. O depoimento foi de encontro às suspeitas da Polícia Federal, que já havia interceptado trocas de mensagens entre Youssef, o empresário Márcio Bonilho, e uma outra pessoa que utilizava o apelido “Leitoso”, que seria um executivo da Camargo Corrêa. Leite, contudo, não é réu em nenhuma ação da Lava Jato. Além das funções na empreiteira, Eduardo Leite afastou-se dos cargos estatuários em outras quatro empresas, incluindo o de presidente do Conselho de Administração da Empresa Sistema Produtor São Lourenço, que firmou a parceria público-privada (PPP) com o governo do Estado de São Paulo para a construção do Sistema São Lourenço. O sistema envolve a construção de áreas para captação, armazenamento e tratamento de água para atender o oeste e o sudoeste da Grande São Paulo, atingindo cerca de 1,5 milhão de pessoas. A previsão é de que ele esteja concluído em 2018.

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