terça-feira, 7 de outubro de 2014

FMI adapta previsão de crescimento do Brasil à realidade: 0,3%!!!

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira sua projeção de crescimento econômico do Brasil neste ano e em 2015, ao mesmo tempo em que elevou a expectativa de inflação em meio à menor confiança dos agentes econômicos. Em seu relatório “Perspectiva Econômica Global”, o FMI estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do País vai crescer apenas 0,3% em 2014 – na projeção anterior, a expansão esperada era de 1,3%. Para 2015, a expectativa é de 1,4% de aumento, 0,6 ponto porcentual menor do que no relatório de julho. ”A fraca competitividade, baixa confiança empresarial e condições financeiras mais apertadas… restringiram o investimento, e a moderação contínua no emprego e no crescimento do crédito têm pesado sobre o consumo”, destacou o FMI em nota.

A revisão dos dados aconteceu depois que o Brasil entrou em recessão no primeiro semestre, com forte retração nos investimentos e na produção da indústria, às vésperas das eleições presidenciais. O FMI vê recuperação moderada da atividade em 2015, “conforme as incertezas políticas que cercam as eleições presidenciais deste ano se dissipam”. Disputarão o segundo turno do pleito a atual presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato do PSDB, Aécio Neves. As projeções do órgão internacional são um pouco mais otimistas do que as de analistas consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus. Eles vêem expansão de 0,24% do PIB neste ano e de 1% em 2015. O FMI também diminuiu suas projeções para o crescimento das economias emergentes como um todo: elas passaram de 4,6% para 4,4% para 2014 e de 5,2% para 5% em 2015. Para a economia global, as contas também foram mais pessimistas, com o FMI vendo expansão de 3,3% neste ano e 3,8% no próximo. Em julho, esperava crescimento econômico de 3,4% e 4%, respectivamente.
Inflação
O FMI também piorou suas estimativas para a inflação neste e no próximo ano, destacando diminuição da demanda do consumidor e repressão dos preços administrados, que mantém o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) próximo ao teto da meta do governo (de 6,5%). Agora o FMI projeta a inflação ao consumidor em 6,3% em 2014 e em 5,9% em 2015, contra 5,9% e 5,5% respectivamente no relatório anterior. Em meio a esse cenário, o FMI piorou suas estimativas para a taxa de desemprego no Brasil em 2015, passando a 6,1%, frente a 5,8% esperados até então. Para este ano, a mudança foi mais sutil, com leve baixa de 0,1 ponto percentual nas contas, a 5,5%. O FMI projetou ainda que o déficit em conta corrente do Brasil ficará em 3,5% do PIB neste ano e em 3,6% no próximo, com pouca diferença entre, respectivamente, déficits de 3,6% e de 3,7% projetados anteriormente. Por Reinaldo Azevedo

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