quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Deputados querem esclarecimentos sobre desvios no Pronaf

Deputados federais querem ouvir os envolvidos na suspeita de desvios no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), investigada no Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira, os deputados Celso Maldaner (PMDB-SC) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) protocolaram na Comissão de Agricultura da Câmara um requerimento, que pede a realização de uma audiência pública, em Brasília, para tratar do assunto. A idéia dos parlamentares é convidar para a audiência representantes do Ministério Público Federal, Polícia Federal e Ministério do Desenvolvimento Agrário, mais o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) e o vereador de Santa Cruz do Sul, Wilson Rabuske (PT), apontados no inquérito como envolvidos no esquema. "O Pronaf é um programa importantíssimo para agricultura familiar brasileira. É preciso esclarecer o que houve", justifica Maldaner. O pedido seria votado na sessão desta tarde, porém, por falta de quórum foi adiado para a próxima quarta-feira. O deputado Heinze também pretende protocolar outro requerimento, solicitando uma reunião de membros da Comissão de Agricultura com os produtores lesados. O encontro seria em Santa Cruz do Sul. A fraude é investigada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. O esquema teria prejudicado 6,3 mil produtores em Santa Cruz do Sul e Sinimbu, e desviado cerca de R$ 79 milhões. O inquérito aponta que a operação era realizada pela Associação Santa-cruzense dos Agricultores Camponeses (Aspac), ligada ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Eram usadas procurações assinadas pelos produtores para obter os empréstimos do Pronaf junto ao Banco do Brasil. Segundo as apurações, o dinheiro seguiria para as contas da Aspac, que repassava parte para campanhas políticas. Citado na investigação que apura supostos desvios no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o deputado federal reeleito Elvino Bohn Gass (PT-RS) subiu à tribuna da Câmara na tarde desta quarta-feira para se defender. O petista afirmou, diante dos colegas de parlamento, estar “profundamente indignado” e ser “vítima de uma grande injustiça”. Criticou o vazamento “seletivo” das informações do inquérito, que era sigiloso, às vésperas do primeiro turno das eleições. Agora que arde no dele, ele chia. Esse tipo foi o grande Catão da CPI do Detran, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, durante o governo de Yeda Crusius (PSDB). Era o grande inquisidor, em uma alegada operação de desvio de apenas 44 milhões de reais. Agora se trata de quase o dobro disso, e ele está envolvido bem no meio do rolo, e não está gostando. O que é isso deputado? Quer dizer que investigação boa é só contra os adversários? E o PT não fez nenhum vazamento na CPI do Detran, não é mesmo? "Quero de forma contundente repelir esse tipo de suposição, pois ela não é verdadeira. Nunca recebi recursos ilegais para financiar campanhas eleitorais e minhas contas sempre foram aprovadas pela Justiça Eleitoral", disse Bohn Gass. Isso é o que as investigações dirão. O deputado já teve acesso ao conteúdo da investigação. Afirmou que as interceptações telefônicas citadas não trazem linguagens em “códigos, senhas e falas cifradas”. Em uma das conversas, o petista trata da renegociação da dívida dos agricultores, segundo ele, um debate público entre Congresso, movimentos sociais do campo e governo. Ocorre que essa anistia era para encobrir as roubalheiras no Pronaf. O petista Bohn Gass é conhecido como "Surasco".

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