quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Conselho fiscal da Usiminas desconfia de legitimidade de demissão de executivos

O conselho fiscal da Usiminas não está convicto sobre a legitimidade da decisão que culminou com a demissão do presidente da companhia no final de setembro, em meio à disputa dos grupos Techint-Ternium e Nippon Steel pelo controle da gestão da maior produtora de aços planos do país. Segundo ata de reunião realizada na terça-feira e divulgada pela Usiminas após o fechamento dos mercados nesta quarta-feira, o conselho fiscal considerou a análise do voto de minerva do presidente do conselho de administração Paulo Penido, que resultou na demissão de Julián Eguren, não deixa "construir convicção quanto à legitimidade do voto de desempate". Eguren e outros dois importantes executivos da Usiminas, todos indicados pela Ternium, foram demitidos em 25 de setembro, após uma votação do conselho de administração da companhia desempatada por Penido, indicado pelo grupo Nippon. A Nippon afirma que a demissão dos executivos ocorreu por problemas de falta de governança encontrados após auditorias feitas na empresa, que afirmaram que os executivos receberam valores da companhia indevidamente. A Ternium tem rejeitado as acusações e afirma que a Nippon quebrou o acordo de acionistas que governa a siderúrgica. O conselho fiscal da Usiminas afirmou na ata que o voto de Penido ocorreu "mesmo sem a materialidade de supostos problemas de compliance, envolvendo a conduta dos administradores" e recomendou que a demissão dos executivos seja levada para votação pela assembleia geral de acionistas. Procurada, a Usiminas informou que o tema tem que ser respondido pelos dois grupos. A Nippon Steel afirmou que seu entendimento sobre o assunto "é diferente da opinião entregue por alguns conselheiros do conselho fiscal". A companhia disse ainda que a decisão que demitiu os executivos da Ternium da Usiminas é válida e que ela foi "reconhecida pela Justiça de Minas Gerais". O grupo japonês se referiu à decisão da Justiça mineira que no começo deste mês rejeitou recurso da Ternium em processo aberto para tentar reinstiuir os executivos demitidos. Procurada, a Ternium não comentou o assunto de imediato. A Usiminas divulgou mais cedo prejuízo de 24 milhões de reais no terceiro trimestre, ante lucro obtido um ano antes. O resultado foi considerado abaixo do esperado pelo mercado. As ações da companhia aceleraram perdas no final do pregão desta quarta-feira e fecharam em baixa de 8,1 por cento, ante queda de 2,45 do Ibovespa.

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