terça-feira, 7 de outubro de 2014

Aécio Neves fala como "presidente da mudança"

O candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) adotou o "marinês" - linguajar da candidata derrotada Marina Silva (PSB). Nesta terça-feira, em evento em São Paulo, Aécio Neves disse estar pronto para liderar um projeto "em favor de uma nova política", expressão usada incansavelmente por Eduardo Campos (PSB) em sua campanha e adotada por Marina, quando ela substituiu-o como cabeça de chapa. Aécio reafirmou: “Vejo convergências importantes entre as propostas de governo da Marina e as nossas”: "Estou pronto para liderar um projeto em favor do Brasil. Em favor de uma nova política, em favor de uma construção coletiva. E, para isso, reitero o que tenho dito nas reuniões, nossas propostas são sempre abertas a novas contribuições. Até porque o programa de governo é obra que não acaba nunca, está em construção permanente". Aécio Neves reafirmou que sua candidatura "não é de um partido, representa sentimento amplo de mudança". Marina Silva sempre defendeu que iria governar "com os melhores", independentemente de quais partidos fossem. Na segunda-feira, também em São Paulo, Aécio Neves já havia dito isso. O tucano aguarda definição sobre apoio de Marina Silva no segundo turno. Na segunda-feira e nesta terça, disse que "há convergências importantes entre as propostas de governo de Marina e as nossas". E emendou que "um programa de governo é obra que não termina nunca, está em construção permanente, aberta a aprimoramentos" - mais uma vez adotando o "marinês". Sua antiga adversária disse inúmeras vezes que o programa de governo era construído constantemente. Questionado sobre como estão as conversas sobre o apoio do PSB, voltou a dizer: "Temos de respeitar o tempo e as discussões internas de cada um daqueles que se posicionaram em outra direção no primeiro turno", mas que "o segundo turno é, sim, momento das convergências e aproximações": "Vamos aguardar com muito respeito a movimentação dos outros candidatos". Aécio Neves disse que falou por telefone com Beto Albuquerque, vice de Marina Silva, mas que a conversa tratou "apenas de uma palavra de amigos": “Cumprimentei-o pelo desempenho, assim como conversei ontem com Marina". "Agora é hora dos partidos discutirem internamente. Cada uma dessas forças tem seu sistema de decisão, seus colegiados. Vamos aguardar com serenidade." O tucano vai se reunir amanhã à tarde em Brasília "com companheiros de todo o Brasil" para manter a mobilização em torno de sua candidatura. Nesta terça-feira à tarde, Marina Silva emitiu uma nota oficial dizendo: "A ex-candidata à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil, Marina Silva, vem a público reafirmar o processo definido pelos partidos que integram a aliança para contribuir para o debate do segundo turno da disputa presidencial: Os resultados das eleições refletiram uma posição de insatisfação com as condições existentes no Brasil expressando sentimentos de mudanças. Os partidos da Coligação promoverão até amanhã, dia 8 de outubro, reuniões de suas instâncias deliberativas para definirem os pontos que consideram relevantes para a formulação de posicionamento conjunto das legendas aliadas. Na quinta-feira, dia 9, Marina Silva e as demais lideranças dos partidos aliados participarão de encontro para construir um posicionamento comum da Coligação sobre a continuidade da disputa pela Presidência da República. Marina Silva também contribuirá para a construção de uma posição da Rede Sustentabilidade nesse processo de unidade da Coligação. As opiniões individuais de cada partido, dirigentes e lideranças políticas das agremiações neste momento de construção devem ser respeitadas mas não refletem em nenhuma hipótese a opinião da ex-candidata".

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