sexta-feira, 5 de setembro de 2014

THE ECONOMIST DIZ QUE, SE ELEITA, MARINA SILVA TERÁ DE REVER AS PROMESSAS SE QUISER CORTAR GASTOS

Reportagem publicada no site da revista britânica The Economist destaca as promessas onerosas feitas pela candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva. Dentre elas, o aumento do investimento voltado à educação para 10% do Produto Interno Bruto (PIB)  até 2019; a ampliação do Bolsa Família de 14 milhões para 24 milhões de famílias e o passe livre estudantil. Segundo a revista, Marina Silva terá de "voltar atrás em algumas dessas promessas", já que, ao mesmo tempo, ela pretende reduzir gastos públicos, sem aumentar impostos. A revista classifica a plataforma econômica da Marina Silva como "ortodoxa" e destaca alguns de seus principais pontos, como um maior rigor fiscal, a autonomia do Banco Central e câmbio flutuante. Segundo a The Economist, Marina Silva ainda promete uma reforma tributária e a uma interrupção da interferência em empresas estatais, como a Petrobras. No entanto, algumas perguntas ficam no ar, como a composição de sua equipe. Eduardo Giannetti, um de seus principais consultores na área econômica, já afirmou que não tem nenhuma pretensão ministerial. Armínio Fraga, que seria o ministro da Fazenda em um eventual governo Aécio Neves (PSDB), também nega interesse até o momento, reforça a revista. Na versão impressa, a The Economist dá amplo espaço à Marina Silva na edição que chega às bancas neste fim de semana. Além de uma reportagem sobre o avanço da ex-ministra, a revista publica editorial em que critica a falta de substância do discurso da candidata que atualmente é a principal concorrente de Dilma Rousseff (PT). "Marina Silva ainda tem de dizer mais sobre como exatamente uma pessoa relativamente estranha (outsider, em inglês) iria governar o Brasil. No momento, há muito pouca substância e muita conversa sonhadora sobre 'nova política'", diz o editorial. "No final, os eleitores do Brasil têm de fazer uma escolha entre ficar entre a Rousseff sem brilho, o Aécio amigável aos negócios ou apostar na emocionante, mas obscura Marina Silva", diz o editorial. Para a The Economist, Marina Silva precisa superar "duas preocupações". "A primeira é a reputação de intransigência que tornaria difícil administrar o Brasil, onde o multipartidarismo é a norma", diz o texto, ao lembrar que a candidata deixou o governo Lula por oposição em relação a algumas políticas ambientais. "Sua fé pentecostal faz com que ela não seja liberal em algumas áreas", completa o texto, ao citar a questão dos direitos civis dos homossexuais. A outra preocupação da The Economist é a experiência. "Ela sabe pouco sobre economia", aponta o editorial. A revista reconhece, porém, que a experiência tem benefícios questionáveis. "Dilma era considerada uma gestora competente antes de assumir o cargo, mas sua interferência ajudou empurrar o Brasil para a recessão", diz o editorial.

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