segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Olívio Dutra, o fundador do PT no Rio Grande do Sul, não reconhece filhos uruguaios

Ines Graciela com seus filhos Ana Ines Abelenda Buzo e Rodrigo Alberto Abelenda Buzo
Videversus recebeu documentos, testemunhos e fotos sobre o não reconhecimento de paternidade do petista gaúcho Olívio Dutra, fundador do partido no Rio Grande do Sul, de dois filhos uruguaios, nascidos em Porto Alegre no início da década de 80, cuja mãe é uma ex-militante tupamara. Ana Ines Abelenda Buzo nasceu no dia 5 de abril de 1983, filha da tupamara Ines Graciela Abelenda Buzo, que a registrou somente no dia 25 de abril, no cartório de registros civis da 4ª Zona de Porto Alegre, localizado na Avenida Oswaldo Aranha, no bairro Bonfim. A criança era filha dela com Olívio Dutra.
Ines Graciela, a mãe das crianças 
IA uruguaia Ines Graciela Abelenda Buzo chegou com nome falso a Porto Alegre em 1982. Era militante do  Partido de La Voluntad Del Pueblo (tupamaros) e veio suibstituir a Lilian Celiberti, que foi sequestrada pelo DOPS gaúcho em 1979. Sua tarefa era a de dar instrução revolucionária a sindicalistas. Ines Graciela também dava aulas particulares de inglês e, desta forma, conheceu e aproximou-se de Olívio Dutra, então presidente do Sindicato dos Bancários/RS.  Os dois iniciaram um relacionamento ardoroso. Os dois se conheceram e tiveram um intenso romance quando Ines Graciela, como militante dos Tupamaros, dava curso de formação política para sindicalistas brasileiros. Quando Ana Ines Abelenda Buzo foi concebida, no início de julho de 1982, Olívio Dutra já estava em campanha eleitoral para o governo do Estado do Rio Grande do Sul pelo PT. No dia da eleição ela já tinha de cinco para seis meses de gravidez.  Para registrar a filha, Ines apresentou-se à Policia Federal com sua identidade uruguaia verdadeira e solicitou que fosse regularizada sua situação do Brasil , já que tinha uma filha brasileira. Com a regularização, levou a filha a um cartório e a registrou. Após essa gestação, Ines Graciela engravidou novamente de Olívio Dutra, provavelmente em dezembro de 1983. O segundo filho, um menino, nasceu no dia 9 de outubro de 1984. Rodrigo Alberto Abelenda Buzo foi registrado novamente de maneira solitária por sua mãe Ines Graciela no dia 18 de outubro de 1984. Ele leva o nome (Alberto) de seu avô materno. Ambos, ele e a irmã, têm suas certidões de nascimento com o espaço vazio na área reservada ao nome do pai. Veja as certidões e confira https://docs.google.com/file/d/0B8_RBOFhHrDUTG9ESUVjXzJWLTg/edit .
Ana Ines, a primogênita
Ainda no ano de 1984 começou o período de redemocratização do Uruguai, saindo da ditadura militar. O poder retornou aos civis em 1985. Ines Graciela Abelenda Buzo resolveu retornar ao Uruguai. Para fazer isso, ela foi junto com amigos ao consulado uruguaio em Porto Alegre, onde solicitou carteiras de identidade para seus dois filhos, para reconhecimento dos dois como uruguaios. Obtidos esses documentos, o pai de Ines Graciela, Alberto Abelenda, veio a Porto Alegre em seu carro, um Chevette, e buscou sua filha e os dois netos. Ainda em 1986, Olívio Dutra voltou a concorrer a um mandato e se elegeu deputado federal constituinte. Em 1988, concorreu e se elegeu prefeito de Porto Alegre. No tempo em que esteve na prefeitura, recebia periodicamente a visita de mensaleiros tupamaros do Partido de la Voluntad del Pueblo que vinham a Porto Alegre e o procuravam em seu gabinete, para trazer notícias das crianças e fotos das mesmas. Hoje, Ana Ines Abelenda Buzo é Coordenadora do Programa de Economia, Justiça e Financiamento para os Direitos das Mulheres da AWID (Associação para o Direito das Mulheres em Desenvolvimento). Ana tem seis anos de experiência no trabalho com movimentos da sociedade civil no Instituto do Terceiro Mundo (ITeM) sediado no Uruguai. Inicialmente, exerceu a função de editora do portal Choike.org, cobrindo temas relacionados ao financiamento, desenvolvimento e direitos humanos das mulheres. Mais recentemente,passou a atuar no Secretariado do Observatório Social Internacional, como membro da equipe de Advocacia e Networking. Seu ativismo a fez colaborar com vários movimentos feministas da América Latina, tanto no treinamento de ativistas como na elaboração de artigos sobre os direitos das mulheres. Teve,
Os irmãos Abelenda Buzo, à esquerda; Ana Ines está ajoelhada
inclusive, trabalho publicado na Conferência Pequim+15, realizada em Nova Iorque. Atualmente, está concluindo seu mestrado em Relações Internacionais na Universidade da República do Uruguai. É uma grande ironia que seja uma defensora e ativista na área de desenvolvidos da defesa dos direitos da mulher, porque até hoje não tem um dos seus direitos primários, o reconhecimento de sua paternidade, de sua origem, de sua história pessoal. O irmão de Ines, Rodrigo Alberto Abelenda Buzo, estuda na Universidade Nacional do Uruguai, em Montevidéu, onde ela também se formou. A mãe, Ines Graciela, trabalha em uma escola particular no bucólico e sofisticado bairro de Carrasco, em Montevidéu. A escola é vinculada à “Christian Brothers”. É de uma ordem católica irlandesa criada dor Edmund Rice, aprovada pelo Papa nos anos 1800. Chama-se Congregação dos Irmãos Cristãos, os “Christian Brothers”, e tem escolas nos cinco continentes. A foto dela nesta reportagem é recente, de 2013, quando ela fez uma viagem à India. Já o político petista gaúcho Olívio Dutra sempre manteve silêncio sobre esta história, a existência dos filhos sem reconhecimento de paternidade, embora o assunto não seja nenhum segredo para alguns petistas. Nos últimos anos, com
Ana Ines, quando pequena
a sua mania particular de construir uma biografia como sendo o grande Catão dos bons costumes na política e na vida petista, com sua obsessão orgulhosa em ostentar pobreza e costumes espartanos, Olivio Dutra amealhou uma rede de inimizades no mundo petista, tanto no plano nacional quanto no regional. Desagradou toda a alta direção nacional do PT e suas correntes majoritárias, dizendo em repetidas entrevistas que os bandidos petistas deveriam ir para a cadeia, chegando mesmo a se referir diretamente ao ex-presidente do partido, José Dirceu. Chegou inclusive a despertar uma manifestação expressa do deputado federal André Vargas, um dos desancados por ele, o qual retrucou dizendo que os companheiros tinham sido chamados a defendê-lo quando ele foi acusado de associação com a bandidagem da jogatina durante o seu governo no Rio Grande do Sul. O petista André Vargas fez questão de deixar clara a ingratidão de Olívio Dutra. Também no Estado ele atingiu companheiros do partido, como o deputado estadual Adão Villaverde, muito ligado ao governador Tarso Genro. Villaverde foi o coordenador de campanha de Tarso Genro à prefeitura de Porto Alegre. Durante esse período, tinha como local de comando da campanha um escritório pertencente ao argentino Cesar de la Cruz Mendoza Arrieta, acusado na época de ser o maior fraudador do Previdência Social no Brasil, localizado na rua Fernando Gomes, bairro Moinhos de Vento. Estes "companheiros" sempre se consideraram atingidos pelas manias de pobreza orgulhosa de Olívio Dutra e de seus hábitos de Catão querendo ditar comportamento ético para todos. Agora o fogo amigo está aberto.

6 comentários:

Ivete Becker disse...

Moral? Que moral podem ter estes PeTralhas? Participam de falcatruas, acobertam criminosos, são pelo aborto, e tudo o mais que já sabemos. Um pai de verdade não abandona e/ou renega um filho. Não presta, quem faz tal crueldade. Votar num sujeito destes? Nunca! A mim, ele não representa!

David Crusius disse...

Não sou companheiro, nem partidário do Sr. Olivio Dutra, reconheço - o como um homem de atitudes simples e justas e acho infeliz este noticiário de ordem extritamente pessoal dentro de um processo eletivo. Vamos discutir assuntos necessário a politica do Pais e não assuntos pessoais, onde cada um tem suas razões para tomar atitudes.
David Crusius - engenheiro mecanico - 64 anos- Porto Alegre - Rs

Anônimo disse...

Caro Jornalista Vitor Vieira
Antes de mais nada, quero esclarecer que o uso de maiuscula no Jornalista não foi acidente, eu o tenho em alta conta. Só quero comentar que fiz referencia a esta noticia na pagina do Ricardo Setti, de Veja, inclusive citando vc como referencia, para que ele checasse a informação na sua pagina do Facebook. Adivinhe.. ele bloqueou o meu comentario. Então repassei a informação ao Setti linkando este texto do Videversus. Será que agora ele publica? Ahahah.. Deborah, de Itapeva/SP

Carmem Bueno disse...

Só há um detalhe que não fecha: o governador até 1983 era Amaral de Souza e o Olívio só foi governador em 1999. Vejam a cronologia dos governadores do RS em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_governadores_do_Rio_Grande_do_Sul

Anônimo disse...

Com certeza se ele não era governador não pode ter tido filhos, não é uma coisa evidente!?????? Hehehe. Típico de um homem que é ótima pessoa ...renegando os filhos..afinal..... Como poderia reconhece-los??? Melhor deixar assim.... Afinal .... Não era casado com ela.... E a moça era de extrema direita , pelo visto!!!!? Hehehe ridículo

Anônimo disse...

O autor não disse q Olívio Dutra foi governador em 1982 e sim candidato a governador.