sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Marina Silva acabaria com programa do Banco Central no câmbio e buscaria reduzir meta de inflação

Um governo de Marina Silva acabaria com o atual programa do Banco Central de intervenção no câmbio, que tem mantido a moeda brasileira artificialmente forte por mais de um ano, disse nesta quinta-feira o assessor econômico do programa da candidata do PSB à Presidência da República, Alexandre Rands. "Vamos acabar com isso", disse Rands em entrevista exclusiva, quando questionado sobre o programa diário de intervenção do Banco Central no câmbio. "Isso não quer dizer que não possa ter pequenas atuações momentâneas para eliminar volatilidade, mas não uma política de mais de um ano simplesmente valorizando a moeda nacional". Desde agosto do ano passado, o Banco Central sob o governo da presidente Dilma Rousseff mantém um programa de intervenção no câmbio com o objetivo de diminuir a volatilidade do mercado. Isso começou quando a moeda norte-americana se aproximou de 2,45 reais, diante de incertezas sobre o rumo da política monetária ultraexpansionista do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos. No mercado de câmbio, o dólar reagiu às declarações de Rands e passou a subir na última meia hora do pregão desta quinta, fechando em alta de 0,26 por cento, a 2,2972 reais na venda. O assessor econômico de Marina disse ainda que, se eleita, a candidata priorizará a luta contra a inflação via redução dos gastos públicos e melhora da eficiência na arrecadação. Segundo ele, o contingenciamento em 2015 poderia alcançar "até 100 bilhões de reais" para gerar um superávit primário que ajude a reduzir a inflação. Isso representaria 8,7% das despesas totais de 1,15 trilhão de reais previstas no Projeto de Lei Orçamentária da União para o ano que vem e quase 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). "O corte, que pode chegar a até 100 bilhões de reais, vai ser no volume necessário para gerar um superávit que dê a segurança para que comecemos a baixar a inflação", afirmou. Ele ressalvou que "a prioridade não é cortar gasto, a prioridade é controlar a inflação e gerar um ambiente onde o Brasil volte a crescer". Segundo Rands, os cortes de despesas não atingirão programas sociais como o Bolsa Família, mas, por exemplo, emendas parlamentares.

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