sábado, 6 de setembro de 2014

GOVERNADOR PEZÃO DEFENDE SÉRGIO CABRAL: "NUNCA VI PEDIR UM CARGO EM MINISTÉRIO"

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), defendeu neste sábado o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), de quem foi vice-governador e recebeu o cargo em abril deste ano. Como VEJA revelou na edição desta semana, Sérgio Cabral foi um dos políticos citados como beneficiados do megaesquema de corrupção na Petrobras, montado pelo ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef. Os dois comandaram um esquema, descoberto na operação Lava Jato da Polícia Federal, com movimentação superior a 10 bilhões de reais, em que foram desviadas verbas da estatal para o bolso de políticos e partidos. "Tem que ver o que o Ministério Público vai falar. Nunca vi ele (Cabral) pedir um cargo em ministério. Vamos apurar com calma", afirmou Pezão, durante caminhada pelo Calçadão de Campo Grande, na zona Oeste do Rio de Janeiro. Apesar de ser o sucessor político de Sérgio Cabral na corrida pelo governo fluminense, Pezão descartou mudanças em sua campanha eleitoral. Em comunicado, Sérgio Cabral afirmou que "durante sete anos e três meses, jamais indicou ou interferiu nas nomeações do governo federal". Ele afirma não ter interferido também em decisões gerenciais. "O ex-governador repudia a inclusão de seu nome em qualquer dos fatos supostamente relatados pelo ex-diretor", diz a nota. Segundo Pezão, ele e Cabral tratavam apenas de assuntos institucionais com o ex-diretor da Petrobras, porque Paulo Roberto Costa era o executivo responsável pelas obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). "Mantinhamos uma relação institucional, porque ele fazia obras do Comperj. Era o interlocutor da Petrobras com o governo do Rio", afirmou o governador. Na caminhada em Campo Grande, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), também minimizou, em tom irônico, a menção feita pelo ex-diretor a Sérgio Cabral: "Não vi acusação nenhuma". Até o momento, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou, em um acordo de delação premiada, que três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal. Entre os nomes elencados por Paulo Roberto Costa estão os ex-governadores Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, Eduardo Campos, de Pernambuco, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

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