domingo, 21 de setembro de 2014

Dilma estoura teto da meta às vésperas da eleição e inflação vai a 6,62%

A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,39% em setembro, informou o IBGE na sexta-feira. Em agosto, o indicador havia subido 0,14% e, em julho, 0,17% e, em setembro de 2013, de 0,27%. Em 12 meses, o IPCA-15 agora acumula alta de 6,62% e, no ano, de 4,72%. O sistema de metas de inflação do governo é orientado pelo IPCA. A meta central é de 4,5%, podendo chegar no seu teto a 6,5% no ano. Para segurar o avanço dos preços, o Banco Central fez nove elevações seguidas na taxa básica de juros, a Selic, até os 11% atuais, que vêm sendo mantidos desde maio. Segundo o instituto, os preços dos alimentos voltaram a subir e foram para 0,28%, depois de recuarem 0,32% em agosto, puxados, principalmente, pelas carnes, que ficaram 2,30% mais caras de um mês para o outro, pela refeição fora de casa, que teve aumento de 0,90%, e pelo leite longa vida, com 1,47%. Também o vestuário acelerou — de deflação de 0,18% para inflação de 0,17% —, além do item Despesas Pessoais (de -0,67% para 0,31%) e Comunicação (de -0,84% para 0,56%). No grupo dos Artigos de Residência (de 0,41% para 0,43%) as variações ficaram próximas de um mês para o outro. O IBGE explica que as diárias dos hotéis, que haviam sido as responsáveis pela deflação do grupo Despesas Pessoais em agosto (com queda de 23,54%), em setembro ficaram quase estáveis, com ligeira queda de 0,09%. Já o item empregados domésticos avançou 0,78%, mas o cálculo teve que ser adaptado diante da indisponibilidade das informações da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) para Salvador e Porto Alegre com referência aos meses de maio, junho e julho, por causa da greve do IBGE. O instituto diz que usou os últimos rendimentos disponíveis nas duas regiões, que se referem a abril, para estimar a tendência da série em setembro. Assim, foram estimados, a partir de abril, cinco meses à frente, em vez de dois, como é a metodologia corrente adotada. As demais regiões seguiram o procedimento regular. O grupo dos Transportes também acelerou de 0,20% para 0,45% em setembro. Estão nesse grupo o principal impacto de alta do mês: as passagens aéreas, que subiram 17,58% e tiveram impacto de 0,07 ponto percentual no índice final. Os grupos que tiveram variações abaixo das registradas em agosto foram os grupos Habitação (de 1,44% para 0,72% em setembro), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,55% para 0,30%) e Educação (de 0,42% para 0,20%). Em Habitação, o IBGE destaca o resultado da energia elétrica (de 4,25% para 1,52%), do condomínio (de 1,36% para 0,35%) e da taxa de água e esgoto (de 1,37% para -0,17%). Esta última teve a queda motivada pela região metropolitana de São Paulo, cujas contas ficaram 2,52% mais baratas, em média, levando em conta a maior intensidade do efeito do Programa de Incentivo à Redução de Consumo de Água, que bonifica com 30% de redução nas contas os usuários que reduzem em 20% o consumo mensal. Entre os índices regionais, Belém teve o maior índice (1,10%), por causa do reajuste das tarifas de energia elétrica, que subiram 34,41% em 7 de agosto. O menor índice foi o de Goiânia (0,05%). A diferença entre o IPCA-15 e o IPCA é o período de apuração dos preços e na abrangência geográfica. Neste caso, de 14 de agosto a 12 de setembro. O indicador refere-se a famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. O IPCA, por sua vez, é coletado entre 1 e 30 do mês de referência. As regiões são de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre, Brasília e municípios de Goiânia e Campo Grande.

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