terça-feira, 23 de setembro de 2014

Aécio Neves critica manobra do governo para engordar contas - e culpa Dilma por PIB "pífio"

Por Daniel Haidar, na VEJA.com: Em agenda no Rio de Janeiro nesta terça-feira, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, criticou a manobra do governo federal para conseguir engordar suas contas em 2014 – na segunda-feira, a Fazenda informou que o Tesouro vai sacar 3,5 bilhões de reais do Fundo Soberano para ajudar a encorpar as economias para o pagamento dos juros da dívida. O tucano atribuiu ao governo da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) a culpa pelo atual cenário econômico do país, que tem perspectiva de crescimento em torno de 1%. Aécio lembrou que o governo federal teve de buscar recursos do Fundo Soberano, porque “o país parou de crescer”.

“O governo busca no Fundo Soberano recursos para fechar as contas, porque o país parou de crescer. E a responsabilidade não é, como quer a presidente da República, única e exclusivamente da crise internacional. No momento em que o governo demoniza por dez anos parcerias com o setor privado, afasta investimentos que poderiam permitir um crescimento maior da economia”, afirmou. O tucano classificou o crescimento da economia brasileira como “pífio”.
Aécio fez uma viagem de barca do Centro do Rio à região central de Niterói na manhã desta terça. Para melhorar o deslocamento nas médias e grandes cidades, o presidenciável prometeu um “mutirão de mobilidade” com “regras claras que atraiam o capital privado”. “Vamos atrair o capital privado, priorizando o Metrô de superfície e Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs). No nosso governo, com a credibilidade da política econômica, iremos fazer com que os investimentos privados, que não têm sido parceiros na dimensão necessária, possam melhorar a vida do trabalhador”, afirmou Aécio.
Depois de chegar ao centro de Niterói, Aécio seguiu para uma caminhada no bairro de Icaraí, onde parou em uma padaria para tomar café e fez corpo-a-corpo com eleitores. O tucano voltou a repetir que vai criar uma alternativa para o fim do fator previdenciário, mecanismo criado no governo Fernando Henrique Cardoso “Não vamos acabar. Vamos substituir o fator previdenciário que pune os aposentados por um sistema que preserve a remuneração”, afirmou.
O tucano também voltou a criticar as mudanças e adaptações no programa de governo da adversária Marina Silva (PSB), mas evitou indicar uma data para apresentar o seu. “Nosso programa de governo não será feito a lápis. Lançamos um programa para o Nordeste, com metas claras para diminuir as diferenças na educação daquela região em relação ao restante do Brasil”, afirmou.
Fundo Soberano
Em 2012, o governo fez manobra parecida. No último dia do ano, o Tesouro Nacional fez um resgate de 8,847 bilhões de reais do Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE) – caixa onde estão aplicados os recursos do Fundo Soberano. Uma portaria do Diário Oficial da União de 31 de dezembro autorizava o resgate de títulos públicos neste valor que estavam depositados no Fundo, que é uma espécie de poupança fiscal criada em 2008 para servir de respaldo em períodos de dificuldades econômicas. O uso de recursos do Fundo Soberano foi considerado o pontapé inicial da degringolada da credibilidade fiscal do Brasil. A alternativa foi considerada oportunista e a prova de que o Planalto havia perdido o rigor técnico. Por Reinaldo Azevedo

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