segunda-feira, 4 de agosto de 2014

TIRO PELA CULATRA, CENSURA PETISTA LEVA CONSULTORIA ECONÔMICA A QUASE DUPLICAR SUA BASE DE CLIENTES

O tiro da presidente-candidata Dilma Rousseff contra as "análises pessimistas" do mercado saiu pela culatra. A despeito do que almejava o PT ao cercear anúncios de análises da consultoria Empiricus no Google, a "punição" se converteu em ganhos — ao menos para os sócios da consultoria. Desde a segunda-feira passada, quando a firma se viu forçada pelo Tribunal Superior Eleitoral a retirar do Google dois anúncios de suas análises prevendo cenário ruim para a economia em caso de reeleição de Dilma, o número de investidores que assinam seus serviços quase duplicou. Segundo dados fornecidos pela Empiricus, a base de clientes que paga por pacotes de análises passou de cerca de 9 000 para 16 500. A consultoria possui ainda um mailing de 200 000 clientes em potencial que recebem boletins financeiros gratuitamente, após fazerem inscrição no site. Essa carteira específica ganhou em torno de 7 000 novos nomes diariamente na semana passada. A derrapada do PT fica mais evidente quando se analisa os números da Empiricus antes do episódio. Os anúncios que foram alvo de representação no TSE tiveram cerca de 40 000 cliques, sendo que apenas 5% dessa cifra se converteu em assinantes do mailing que distribui boletins gratuitos. Nesse universo de cerca de 2 000 interessados que, de fato, leram o texto taxado pelos petistas de "terrorismo eleitoral", nenhum se tornou cliente dos pacotes pagos — cujos preços variam de 10 reais a 200 reais ao mês. Ou seja, até a representação ser protocolada, a divulgação dos anúncios ainda não havia garantido qualquer retorno. O marketing trazido pelo partido foi providencial para a empresa, que prevê faturar 10 milhões de reais este ano. O sócio da Empiricus responsável pelas análises retiradas do Google, Felipe Miranda, afirmou que os ganhos não são oportunistas, e sim resultado do maior interesse dos brasileiros pelas análises de cenário econômico após a intervenção no PT também no trabalho dos analistas. "Ainda que haja mais desdobramentos de marketing, o episódio é lamentável demais para ser celebrado. O governo quis desviar o debate, colocando o mercado como vilão. Mas não poderá fazer isso para sempre. Pode calar os bancos agora. Contra nós, não podem fazer nada além desse cerceamento momentâneo que pode, aliás, ser retirado a qualquer momento pelo TSE", afirmou Miranda.

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