terça-feira, 5 de agosto de 2014

SONDA ESPACIAL ROSETTA DEVE CHEGAR AO SEU DESTINO NESTA QUARTA-FEIRA

Após quase dez anos, a sonda Rosetta, projetada pela Agência Espacial Européia (ESA), deve finalmente chegar a seu destino na manhã desta quarta-feira. Com uma manobra que começa às 6 horas (horário de Brasília) e deve durar 6 minutos e 26 segundos, ela entrará na órbita do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Os astrônomos vão transmitir em tempo real o que estão chamando de "encontro" com o cometa no site oficial da missão. Para saber se a operação foi bem sucedida, os cientistas da ESA terão de esperar cerca de meia hora — o tempo que demora para os sinais da sonda chegarem à Terra. A sonda foi batizada em homenagem à Pedra de Roseta, uma rocha vulcânica descoberta por soldados franceses em 1799, no Egito. Ela ajudou a desvendar o Egito Antigo para os exploradores, por possuir escritos em hieróglifos – linguagem egípcia escrita, que até então era desconhecida – e sua tradução em grego. A comparação entre os escritos permitiu que os pesquisadores decifrassem os códigos da civilização egípcia – assim como os cientistas esperam que a sonda Rosetta desvende as peças mais antigas do Sistema Solar, os cometas. Se tudo correr bem, Rosetta será a primeira sonda da história a entrar na órbita de um cometa. Ela deve analisar a superfície de 67P/Churyumov-Gerasimenko e encontrar o melhor local de pouso para o veículo que carrega consigo, o Philae, de 100 quilos. O Philae possui nove instrumentos, que permitem, por exemplo, analisar gases, registrar imagens panorâmicas e examinar ondas de rádio. O veículo passará entre um e dois meses fazendo fotografias e recolhendo amostras, que serão analisadas junto com as informações enviadas por Rosetta. Em agosto de 2015, o cometa atingirá seu ponto mais próximo ao Sol, enquanto Rosetta seguirá orbitando ao seu redor e colhendo dados. O objetivo é que todo o conhecimento fornecido pela sonda e pelo veículo Philae, ajude os cientistas a decifrar os mistérios da formação do Sistema Solar e até da origem da vida em nosso planeta. Lançada em 2 de março de 2004, a bordo do foguete Ariane 5, do Centro Espacial Europeu de Kourou, na Guiana Francesa, ela tem previsão de funcionar até 31 de dezembro de 2015. Após seu lançamento, a missão, que tem um custo estimado em 1 bilhão de euros (cerca de 3 bilhões de reais), realizou três órbitas ao redor da Terra, para ganhar impulso, e uma ao redor de Marte. Rosetta também foi o primeiro objeto a se aproximar de Júpiter, usando seus painéis solares como principal fonte de energia. Em 20 de janeiro, Rosetta foi reativada, depois de 957 dias "hibernando" no espaço. Com a entrada na órbita do 67P/Churyumov-Gerasimenko, nesta quarta-feira, Rosetta vai acompanhar o cometa em sua viagem em direção ao Sol, para monitorar as mudanças que acontecerão no corpo celeste durante este trajeto, até que ele atinja o ponto mais próximo à estrela. Por serem "sobras" da formação do nosso Sistema Solar, a composição dos cometas pode dar pistas importantes sobre o surgimento da vida na Terra e a evolução do Universo.

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