sexta-feira, 29 de agosto de 2014

PRIMEIRO FOGUETE BRASILEIRO TESTA ETANOL NA BASE DE LANÇAMENTO DE ALCANTARA

O Foguete VS-30 foi lançado nesta sexta-feira (29) do Centro de Lançamento Espacial de Alcântara, no Maranhão, para testes com o motor movido a combustível líquido, desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Aeronáutica. O 13º vôo do foguete ocorreu às 16 horas, em direção ao Oceano Atlântico. A carga útil, denominada Estágio Propulsivo a Propelente Líquido, utilizou etanol e oxigênio líquido, explicou o coordenador do projeto, coronel-aviador Avandelino Santana Júnior. “O que tentamos obter com este vôo são dados do desempenho do motor em elevadas altitudes e condições de ambiente espacial”, disse ele, explicando que o sistema já é conhecido e foi exaustivamente testado em laboratório. O objetivo é a utilização do combustível líquido no lançamento de satélites, que suporta massas maiores e maior altitude. Até então, os lançamentos no Brasil eram feitos apenas com propulsores sólidos. “Os maiores satélites colocados em órbita são por meio de motores com carga líquida, mas, até então, o País não dominava essa tecnologia. Com ela, temos a vantagem do desempenho e de operações com maior precisão”, disse o coronel Santana. Segundo ele, serão abertas novas possibilidades no desenvolvimento de motores e na aplicação em outros veículos aeroespaciais brasileiros. O vôo do VS-30 foi programado para durar em torno de dois minutos, sem recuperação da carga útil. Tempo pequeno, mas suficiente para a transmissão e coleta dos dados da performance do motor do foguete, segundo o coordenador da operação. Além do combustível líquido da carga útil, o foguete foi equipado com um GPS de aplicação espacial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e um dispositivo mecânico de segurança concebido no IAE, denominado Chave Mecânica Acelerométrica. O coronel Santana explica que o dispositivo funciona como uma torneira, podendo abrir e fechar conforme a necessidade. “Com o propulsor sólido, não temos esse controle, ele vai queimar até acabar, você não consegue reacender um fósforo. A grande vantagem é que ele fornece mais energia para o motor e pode dar várias ignições”, explicou.

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