quinta-feira, 28 de agosto de 2014

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL VAI INVESTIGAR CASO DOS R$ 4 BILHÕES

Na mesma linha adotada pelo Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal do Distrito Federal abriu investigação para apurar a conta paralela de R$ 4 bilhões em um banco privado, capturada pelo Banco Central. Está com a procuradora Ana Carolina Tannúz Diniz, titular do 4º Ofício de Atos Administrativos, a investigação aberta pelo Ministério Público. Em memorando na última sexta-feira para Ana Carolina, o também procurador Paulo José Rocha Júnior encaminhou, sob o título "documentação para autuação e distribuição" a reportagem original, publicada no Estadão em 11 de julho. A reportagem, que contou com dados oficiais confirmados pelo próprio Banco Central, revelou que um volume de R$ 4 bilhões foi encontrado em maio pelo Banco Central em uma conta em separado de um banco privado nacional. Esta conta, ou "grupamento contábil", no jargão técnico utilizado, escapava ao sistema de verificação fiscal automática do Banco Central. Por se tratar de um crédito da União, segundo o Banco Central, o dinheiro "melhorou" as contas públicas em maio. De acordo com o porta-voz do Banco Central, que concedeu duas entrevistas gravadas, o volume de R$ 4 bilhões "reduziu de R$ 15 bilhões para R$ 11 bilhões" o déficit primário registrado pelo governo em maio. Aquele rombo, mesmo auxiliado pela descoberta, foi o pior registrado em toda a história para os meses de maio. Depois da revelação, o próprio Banco Central editou uma nota pública sobre o assunto. Na nota, o Banco Central repetiu todas as informações e ainda afirmou que a operação do banco privado estava sendo analisada pela área de supervisão da autoridade monetária. Como, até agora, é desconhecida a origem dos R$ 4 bilhões e a razão que motivou o banco privado a fazer a "mudança no seu registro contábil", segundo termos do Banco Central, que fez com que o dinheiro ficasse em uma conta fora do radar do governo federal, o caso chamou a atenção do Ministério Público.

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