quinta-feira, 7 de agosto de 2014

GOVERNO PETISTA SE CONTRADIZ AO AVALIAR IMPACTO DAS EXPORTAÇÕES PARA A RÚSSIA

O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, minimizou nesta quinta-feira, o impacto de um acordo bilateral entre o País e a Rússia para ampliar as exportações de carnes e outros produtos agrícolas. O país europeu havia anunciado na quarta-feira que busca ampliar suas trocas comerciais com parceiros latino-americanos para compensar a retaliação russa às sanções impostas por Estados Unidos e União Européia, em função da crise na Ucrânia. De acordo com Borges, o mercado mundial de alimentos já é "propício" ao Brasil. "Acredito que esse efeito não é significativo para ampliação do mercado brasileiro. Já temos amplo mercado de exportação agrícola para o mundo, então não acredito que essa medida bilateral de retaliação da Rússia em relação a seus parceiros da União Européia e Estados Unidos vá afetar o mercado brasileiro", afirmou. Contudo, no Ministério da Agricultura, o tom é de comemoração. Prevê-se, inclusive, "uma nova revolução agrícola" no Brasil. O decreto russo foi baixado como resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Européia à Rússia, depois que a derrubada de um avião Boeing 777 da Malaysia Airlines por míssil disparado por separatistas ucranianos apoiados por Vladimir Putin matou 298 pessoas. Segundo o Kremlin, o veto terá validade de um ano. O Itamaraty sustentou um constrangedor silêncio ao não condenar a responsabilidade russa no ataque. Como resultado, terminou indiretamente beneficiado pela situação. Os russos também buscam parcerias com Argentina, Chile e Equador — países que tampouco se posicionaram diplomaticamente em relação ao ataque. Godinho ressaltou, entretanto, que a proposta depende de análise da indústria local sobre a capacidade para atender à nova demanda. Depois do anúncio do embargo, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, afirmou que a indústria de carne de frango do Brasil tem condições de atender "tranquilamente" uma demanda adicional da Rússia. Ele afirmou, durante evento do setor, que o Brasil teria condições de exportar adicionalmente 150.000 toneladas de carne de frango ao ano para a Rússia, cobrindo cota fornecida pelos Estados Unidos. No ano passado, as vendas do país à Rússia atingiram cerca de 60.000 toneladas.

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