quarta-feira, 20 de agosto de 2014

GOVERNO PAULISTA QUER PROCESSAR A ONS POR DISCORDÂNCIA NA QUESTÃO DA HIDROVIA

O governo de São Paulo vai processar o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para restabelecer o nível de água da hidrovia Tietê-Paraná. A navegação em vários trechos da segunda hidrovia mais movimentada do país foi suspensa no início de junho devido ao baixo nível de água. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. O governo paulista solicitou em junho ao ONS e à Agência Nacional de Águas (ANA) o remanejamento de parte do volume de água represado em hidrelétricas ao norte do Estado. O pedido, entretanto, foi negado. O ONS afirmou que a medida contraria a "estratégia de operação definida para garantia do atendimento energético" do País. A suspensão impediu que produtores de milho e soja do Centro-Oeste conseguissem escoar parte da produção até o porto de Santos. Entre janeiro e julho de 2014 foram escoadas cerca de 500 mil toneladas grãos pela hidrovia, ante 1,4 milhão de toneladas em igual período de 2013. Empresários também precisaram recorrer ao transporte rodoviário, embora o frete seja três mais caro. "Alguns empresários dizem que parte da produção está apodrecendo. Acredito, mas não é em nossa porta que eles têm de bater. É na do ONS", disse o diretor do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, Casemiro Tércio Carvalho, em entrevista à Folha de S. Paulo. Na terça-feira, a Secretaria de de Transportes do Estado de São Paulo explicou ao site de VEJA que o Departamento Hidroviário fez diversas tentativas de retomar a navegação na hidrovia Tietê-Paraná, considerada vital para o escoamento da produção agrícola do País. Entre elas, solicitou apoio ao ONS desde fevereiro para manter os níveis de navegação na hidrovia, afetado pela estiagem que acomete todo o Estado, "mas o ONS preferiu direcionar a água para geração de energia em detrimento da navegação". A secretaria explicou ainda que todas as tentativas de apresentar soluções à Agência Nacional de Águas (ANA) e a outros órgãos responsáveis pela gestão hídrica "foram em vão".

Nenhum comentário: