domingo, 3 de agosto de 2014

EM BUSCA DA REELEIÇÃO, DILMA NÃO TEM PORTA-VOZES NA CAMPANHA E CONCENTRA RESPOSTAS NO GOVERNO

Se o time de campanha da reeleição de Dilma Rousseff for comparado com o de 2010, é possível dizer que quatro anos atrás ela estava cercada de jogadores experientes com posições bem definidas e que a equipe atual tem apenas uma estrela, a própria presidente, e jogadores menos conhecidos atuando apenas nos bastidores. Em 2010, havia uma coordenação formada pelo triunvirato Antonio Palocci (então ex-ministro da Fazenda e que viria a assumir a Casa Civil no início do governo Dilma), José Eduardo Dutra (então presidente nacional do PT) e José Eduardo Cardozo (atual ministro da Justiça), além da própria Dilma e do capitão do time, o presidente Lula. Agora, formalmente só falam pela campanha o presidente do PT e coordenador-geral da campanha, Rui Falcão, e a própria Dilma. A principal justificativa para essa mudança é que hoje Dilma é a presidente da República, e não mais apenas candidata a presidente. Estrategistas da campanha de Dilma argumentam também que poderia haver conflitos de opiniões com integrantes do governo se a campanha tivesse porta-vozes e, portanto, crises desnecessárias ao longo da corrida eleitoral. Ministros, que não podem integrar formalmente os quadros da campanha, têm sido escalados para defender as ações do governo. Mas não se espera que eles apontem para o que pode acontecer num eventual segundo mandato de Dilma. Nas últimas semanas, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, participaram de debates de infraestrutura e macroeconomia na TV. Falcão disse que a porta-voz da campanha para falar de economia é a própria presidente e não há intenção de nomear nenhum expoente do partido para a tarefa. Em 2010, Palocci tinha esse papel. Nem mesmo com uma situação de baixo crescimento da economia, investimentos em queda e inflação alta, Falcão vê necessidade de ter porta-vozes para essa frente.

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