sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A "MAROLINHA" DE DILMA: "QUEDA DO PIB É MOMENTÂNEA"

MAROLINHA - Dilma, em visita à escola Senai Simatec, em Salvador, Bahia

MAROLINHA - Dilma, em visita à escola Senai Simatec, em Salvador, Bahia (Ichiro Guerra/Divulgação/VEJA)
No dia em que os indicadores registraram oficialmente que a economia brasileira vive seu pior momento nos últimos anos, a presidente-candidata lançou mão de um discurso que faz lembrar a “marolinha” do antecessor, o ex-presidente Lula - e que ela mesma admitiu ter sido um erro de avaliação. Para Dilma o Brasil vive apenas um quadro momentâneo de desaceleração. E o terceiro trimestre será de “grande recuperação”. Nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que houve retração de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre – a queda, pelo segundo trimestre consecutivo, caracteriza recessão técnica. A presidente, que cumpre agenda eleitoral em Salvador, seguiu o discurso adotado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega: atribuiu o recuo aos feriados ocasionados pela Copa do Mundo e à redução no preço das commodities no mercado internacional. "Acredito que esse resultado do PIB é momentâneo, é desse trimestre. Um dos motivos que explicam esse resultado é o número de feriados que nós tivemos. Nós, por causa da Copa do Mundo, tivemos o a maior quantidade de feriados em toda a história do Brasil dos últimos anos", disse ela. A fala de Dilma evidencia como o mau resultado na economia prejudicou duas bandeiras do governo: a continuidade do crescimento e os benefícios advindos da realização do Mundial. Ao invés de aquecer a economia, a Copa provocou perdas. "Eu acredito que no segundo semestre de 2014 nós teremos uma grande recuperação", disse a presidente, que afirmou haver "todas as condições" para uma retomada do crescimento. Uma das soluções defendidas por Dilma para reverter o resultado negativo é a realização de uma reforma administrativa. "Nós precisamos levar a cabo uma grande reforma na estrutura de atuação do Estado. Temos de criar um Brasil sem burocracia", afirmou. Ela também defendeu investimentos pesados em infraestrutura. Na entrevista que concedeu, Dilma também classificou de "obscurantista", "fantasiosa" e "irresponsável" a postura da adversária Marina Silva (PSB) que, em seu programa de governo, deixou em segundo plano o uso do petróleo do pré-sal. A presidente afirmou que não há substituto viável para o petróleo e que, além disso, a extração do pré-sal trará mais recursos para a educação e movimentará uma cadeia industrial que inclui, por exemplo, a construção de plataformas e estaleiros. "Quem acha que o pré-sal tem de ser reduzido não tem uma verdadeira visão de Brasil. Isso é um retrocesso", afirmou. Dilma visitou uma unidade do Senai para gravar imagens que serão usadas na propaganda eleitoral. Ela permaneceu no local por mais de uma hora. A presidente conheceu laboratórios e salas de aula, além de ter tirado fotografias ao lado de estudantes beneficiados pelo Pronatec, o programa federal de ensino técnico. Dilma respondeu a apenas duas perguntas dos jornalistas após visitar uma unidade de ensino na capital baiana. Depois, ela seguiu para o Pelourinho, onde gravou novas imagens para o programa eleitoral.

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