sábado, 12 de julho de 2014

TERMINA A COPA DA VERGONHA, SELEÇÃO DEU O MAIOR VEXAME DA HISTÓRIA DO FUTEBOL BRASILEIRO

Nada de despedida honrosa: a seleção brasileira encerrou sua participação na 20ª Copa do Mundo em quarto lugar, com mais uma derrota, agora na decisão do bronze, 3 a 0 para a Holanda, neste sábado, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Os gols foram de Robin Van Persie, Daley Blind e Georginio Wijnaldum. O Brasil, com seu futebol anacrônico, limitado e incrivelmente decepcionante, voltou a sofrer diante de uma seleção bem preparada, bem organizada e mais equilibrada, tanto no aspecto tático como na parte emocional. Diante de uma Holanda moderna, armada com inteligência pelo técnico Louis Van Gaal, o improvisado time de Felipão fechou uma campanha sofrível, pelo menos quando se trata da maior vencedora da história das Copas, jogando em casa e com apoio permanente da torcida – que, até mesmo neste sábado, teve até mais paciência do que seria razoável esperar dela. Ainda sem saber quem será seu treinador a partir de agora, o Brasil volta a campo já no início de setembro, para disputar dois amistosos nos Estados Unidos, contra Colômbia e Equador. Em outubro, pega a Argentina, finalista da Copa, em Pequim, e em novembro, viaja a Istambul para encarar a Turquia, que não participou do Mundial. Serão os primeiros passos de uma caminhada difícil: a seleção brasileira terá muito trabalho para restaurar sua reputação, ferida por uma campanha mais do que frustrante no segundo Mundial realizado em seus domínios. Foram três vitórias, dois empates e duas derrotas, com 14 gols sofridos e onze marcados. Foi apenas a terceira vez que o Brasil amargou duas derrotas consecutivas em uma Copa (isso já tinha ocorrido em 1966 e 1974). Com apenas um minuto e meio de jogo, Arjen Robben, apontado por Luiz Felipe Scolari como o melhor jogador da Copa, recebeu de Van Persie em velocidade, sozinho, numa incrível bobeada da defesa, e foi derrubado por Thiago Silva enquanto invadia a área. O juiz apontou para a marca do pênalti, convertido por Robin Van Persie, com perfeição, sem chance para Júlio César, aos 2 minutos. A torcida continuou gritando “Brasil”, mas o time não contribuía: a Holanda mantinha a posse de bola, trocando passes com calma, enquanto a equipe de Felipão custava a se encontrar em campo. Assim como no jogo contra a Alemanha, a seleção brasileira estreava uma formação que não tinha entrosamento algum. O time da casa já somava doze gols sofridos, a pior defesa da competição. Mas não parava por aí: aos 16, a Holanda ampliou. David Luiz rebateu mal um cruzamento, devolvendo para o meio da área, e o ala Daley Blind aproveitou, dominando sozinho e matando Júlio César. O primeiro bom lance do Brasil veio só aos 21 minutos, em lance individual de Oscar, que saiu driblando pelo meio e finalizou rasteiro, para defesa segura de Cillessen. O jogo coletivo, entretanto, não funcionava, e a seleção ficava presa na excelente organização tática da equipe de Van Gaal. Oscar reeditava o papel de Neymar no início da campanha: num time sem imaginação, ele tentava carregar o Brasil sozinho ao ataque. Aos 27, ele fez boa jogada pela direita e sofreu falta na lateral da área. O próprio camisa 11 cobrou, mas Jô, que penava em cada domínio de bola, não acertou a cabeçada. Aos 32, num raro contragolpe encaixado pelo Brasil, Maicon recebeu pela direita, cortou e sofreu falta no bico da área. Oscar levantou com perigo mas Wijnaldum desviou para escanteio. Visivelmente abalado pela goleada sofrida para a Alemanha na semifinal, David Luiz, um dos destaques do início da campanha do Brasil, errava demais, tanto nas saídas de bola, em jogadas temerárias, como nos cortes defensivos. E no meio, o trio formado por Luiz Gustavo, Paulinho e Ramires não conseguia conter as tabelas envolventes dos holandeses e ainda levava a cabo uma saída de bola sofrível para o ataque. A seleção brasileira chegou ao fim da primeira etapa com mais tempo de posse de bola (57% contra 43%) e com mais finalizações, 6 a 4 – mas, assim como na semifinal, sofria com a imprecisão no ataque e com a vulnerabilidade da defesa. Mesmo com um dia a mais de descanso e diante de uma seleção cujo técnico afirmou abertamente não ter interesse algum na disputa de terceiro lugar, o Brasil pouco criava, defendia mal e estendia o pesadelo iniciado na terça-feira em Minas Gerais. Na volta para a segunda etapa, Felipão trocou Luiz Gustavo por Fernandinho. Além de não melhorar a produção do meio, o volante cometeu falta violentíssima em Van Persie e levou cartão amarelo aos 12 minutos. Antes, Ramires já havia acertado Robben de forma grosseira. Em mais uma tentativa de Scolari de acertar o setor-chave do jogo, Paulinho deu lugar a Hernanes aos 11 minutos. Aos 14, Ramires deu o primeiro susto em Cillessen no segundo tempo, entrando pelo meio e batendo cruzado, mas para fora. Aos 26, Felipão fez sua última substituição, colocando Hulk no lugar de Ramires. Três minutos depois, ele soltou a bomba ao ser lançado por Jô, mas o chute saiu pelo alto. Oscar, o único brasileiro a levar perigo ao gol holandês, seguia tentando de forma solitária, com um cruzamento aos 32 e um chute com efeito aos 33, mas sem acertar o alvo. Mesmo diante de uma Holanda cada vez mais desinteressada, o gol brasileiro não saía, e parte da torcida manifestava sua frustração, gritando "olé" nas trocas de passes do adversário. Nos acréscimos, Wijnaldum ainda ampliou, aproveitando passe de Janmaat. O Brasil dava um adeus melancólico à sua segunda Copa em casa. (Veja)

Nenhum comentário: