quinta-feira, 10 de julho de 2014

PRODUÇÃO INDUSTRIAL GAÚCHA SEGUE PARA O PRECIPÍCIO (MENOS 2,1% ESTE ANO) MAS FIERGS CALA SOBRE DESASTROSA POLÍTICA ECONÔMICA DE DILMA

Nos cinco primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2013, o IDI-RS (Índice de Desempenho Industrial) teve uma queda de -2,1%, puxado principalmente pela forte desaceleração nas compras industriais (-7,7%). O IDI é apurado pela Fiergs. A menor necessidade de insumos e matérias-primas indica uma retração na produção futura. A Fiergs acha que para recuperar as perdas verificadas até aqui, a atividade das indústrias gaúchas precisaria crescer 1% ao mês, o que é mais do que improvável.  A Fiergs não analisa as razões das quedas continuadas da produção industrial, o que a impede de fazer qualquer diagnóstico e buscar soluções, embora se saiba que grande parte do que ocorre aqui é resultado de uma política econômica que se esgotou e que não oferece solução. As lideranças industriais marcham bovinamente para o precipício, sem enfrentar a desastrosa política econômica do governo Dilma, que já deu o que tinha que dar e não é substituída por nada. A sujeição ao caráter patrimonialista do Estado, mais o viés atrasado do setor industrial tradicional gaúcho, pode explicar esta posição submissa. O PIB do Brasil dificilmente crescerá mais do que 1% este ano. O Rio Grande do Sul, apesar dos discursos grandiloquentes do governo estadual, acompanhará este número desastroso. O mais curioso nos números apurados pela Fiergs é que o crescimento de 2,3% na atividade industrial do Estado em maio, na comparação com o mês anterior, número que inverteu a tendência, embora seja incapaz de marcar novo vetor, é que tudo se deve, em maio, ao aumento:
- Compras de matérias-primas e insumos (6,2%)
- Massa salarial (0,3%).
Todas as demais variáveis permaneceram negativas:
- Horas trabalhadas na produção (-1,5%)
- Faturamento (-0,9%)
- Utilização da capacidade instalada (-0,5%)
- Emprego (-0,3%).
Também há maior ociosidade nas máquinas e equipamentos com a queda na utilização da capacidade instalada (-2,0%). O faturamento e as horas trabalhadas recuou -1,5% e -1,1%, respectivamente. Os únicos avanços foram registrados nos indicadores relacionados ao mercado de trabalho: massa salarial real (3,0%) e emprego (0,3%). A Fiergs também não consegue explicar por que razão a produção industrial cai, tudo em função da redução de todos os fatores que integram sua equação, menos salário real e emprego. Ainda nessa base de comparação, dez dos 17 setores industriais pesquisados registraram queda na soma dos cinco primeiros meses de 2014. Os principais responsáveis, em termos de influência sobre o resultado global, foram Metalurgia (-15,4%), Veículos Automotores (-6,1%), Máquinas e Equipamentos (-2,0%) e Couros e Calçados (-2,3%). Os avanços de maior impacto ficaram com Bebidas (7,2%), Alimentos (4,7%) e Borracha e Plásticos (3,6%). (Políbio Braga)

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