terça-feira, 22 de julho de 2014

PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO GOVERNO É O DOBRO DA DO MERCADO. ADIVINHEM QUEM ESTÁ MAIS PRÓXIMO DA VERDADE....

Ai, ai… A previsão do mercado, que acerta mais do que o governo, aponta um crescimento neste ano de 0,9%. Não se trata de um chute; não se trata de uma impressão; não se trata de uma avaliação política: ela é feita com base em dados da economia. Pois bem. Até esta terça, oficialmente ao menos, a perspectiva oficial era de uma expansão da economia de 2,5% — quase o… triplo! Aí, então, decidiram fazer a correção: agora o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, vejam vocês!, reviu o dado para baixo e já admite um crescimento de 1,8%. Se a gente coloca os números em termos percentuais, a maluquice fica mais clara. Querem ver?

O mercado fala em crescimento de 0,9%, e o governo, de 1,8% — diferença: 100%. A perspectiva oficial era de 2,5%; da noite para o dia, houve uma redução de 28%. Também houve correção da projeção de alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): os 5,6% viraram 6,2% (o mercado prevê 6,44%…) — uma elevação de 11%. Só para cotejo: no primeiro relatório de 2014, a previsão de inflação era de 5,3%; ou seja, uma diferença de 17% em relação ao índice de agora.
Por que faço essas contas? Ou temos um governo que mente para nós, o que é ruim; ou um governo que perdeu o pé da realidade e qualquer possibilidade de antever os lances futuros da economia, e isso é ainda pior. Flagrado, um mentiroso pode até se corrigir. A incompetência costuma não ter remédio.
Há em tudo isso um lance patético adicional. Os agentes econômicos não costumam dar a menor bola para o que diz o governo porque partem do princípio de que está falando para omitir a realidade. O incrível é que, nos bastidores, nem os assessores mais fanáticos admitem que o país possa crescer 1,8%. Então qual é a razão da pantomima? Eu, sinceramente, não sei.
As pessoas envolvidas com a campanha eleitoral de Dilma insistem que, caso ela seja reeleita, tudo vai mudar. Até agora, ninguém sabe como. Por Reinaldo Azevedo

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