quinta-feira, 10 de julho de 2014

PARA O FINANCIAL TIMES, A DERROTA NA COPA DO MUNDO É O FIM SIMBÓLICO DO BOOM ECONÔMICO DO BRASIL

Na tentativa de encontrar metáforas para a derrota do Brasil para a Alemanha, por 7 a 1, nos jogos da semifinal da Copa do Mundo, o jornal britânico Financial Times apelou para analogia econômica. Segundo o Financial Times, o desastre da última terça-feira foi "simbolicamente, um fim apropriado para os longos anos de boom econômico do Brasil". O Financial Times cita o estatístico americano Natel Silver para afirmar que, com base em rankings antes dos jogos, foi o placar mais inesperado na história da Copa do Mundo. O jornal britânico tem sido um feroz crítico do governo brasileiro e de suas políticas protecionistas que serviram para agravar os problemas estruturais do País — e, de quebra, colocaram a inflação num patamar difícil de ser rebaixado. A derrota por goleada contra a Alemanha, na avaliação do Financial Times, sumariza o que tem sido o período de declínio da economia brasileira. Mas, segundo o jornal, é improvável haver qualquer correlação comprovada entre a derrota na Copa e as eleições de outubro. Em outro artigo, publicado na coluna Lex, o Financial Times prevê possibilidades de bons ventos na bolsa de valores para investidores da Petrobras, afirmando que a má notícia da derrota pode ser, na verdade, boa para os investidores. A coluna aponta que as ações da estatal, depois de subirem durante a instauração da CPI que investiga evasão de divisas e a relação entre a empresa e os investigados na Operação Lava-Jato, se mantiveram estáveis às vésperas e durante a Copa, justamente o período em que a aprovação da presidente Dilma parou de cair. Investidores se mostraram otimistas em relação à empresa todas as vezes em que pesquisas mostravam a queda da intenção de voto em Dilma Rousseff. Segundo a coluna Lex, uma mudança de governo deve aumentar as chances de um reequilíbrio dos preços de combustíveis no Brasil e a retomada do aumento dos lucros da Petrobras, para que a empresa consiga arcar com seu alto endividamento, de cerca de 300 bilhões de reais.

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