quarta-feira, 9 de julho de 2014

OPERAÇÃO LAVA JATO INVESTIGA CONTRATOS FECHADOS EM GESTÃO DE KASSAB

O consórcio Sehab (OAS e Constran) está na mira da Operação Lava Jato. O contrato fechado pela Prefeitura de São Paulo durante gestão de Gilberto Kassab (PSD), em 2010, para urbanizar a favela Real Parque, por R$ 146 milhões, será investigado pela Polícia Federal. A Polícia Federal suspeita que a OAS e a UTC Constran pagaram, só em janeiro de 2011, um montante de R$ 431,7 mil a MO Consultoria, empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, para que fosse repassado como propina aos políticos que intermediaram os contratos. O consórcio Sehab só tem contratos com a prefeitura paulistana. Comprovantes apreendidos pela Polícia Federal mostram ainda que a OAS pagou, sozinha, R$ 619,4 mil à empresa de consultoria de Youssef, além de fazer transferências para uma conta do doleiro na Suíça. Já a Constran usou o doleiro para receber uma dívida do governo do Maranhão, de R$ 110 milhões. Youssef também trocava mensagens com o presidente da UTC Constran, Ricardo Pessôa, e com diretores da OAS. O Tribunal de Contas da União também apontou uma série de problemas nos contratos de urbanização da favela, o programa de Kassab consumiu R$ 1,3 bilhão. Para o TCU, há indícios de conluio na divisão de lotes entre as empreiteiras, já que os descontos oferecidos na licitação parecem combinados: nunca passam de 2%. Outro problema apontado é que as empresas eram proibidas de dar desconto em 19% do valor dos serviços. O TCU afirma que essa proibição trouxe prejuízo aos cofres públicos: “O dano ao erário fica caracterizado perante a existência de cláusula que impedia a oferta de desconto pelas licitantes”. Posteriormente o TCU aceitou as justificativas da prefeitura e aprovou os contratos.

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