quarta-feira, 16 de julho de 2014

MORGAN STANLEY RECOMENDA A VENDA DE AÇÕES DE BANCOS BRASILEIROS

O cenário que ajudou a levantar as ações de grandes bancos privados brasileiros nos últimos meses não vai se manter daqui em diante, por isso é hora de vender os papéis das instituições, recomendaram analistas do Morgan Stanley nesta quarta-feira. A equipe formada por Jorge Kuri, Jorge Chirino e Felipe Salomão mudou a recomendação dos papéis do Bradesco de overweight (acima da média do setor) para underweight (abaixo da média do setor) e das ações do Itaú Unibanco de equalweight (em linha com o setor) para underweight. "Nos últimos seis a doze meses, mesmo com a fraca atividade bancária, os lucros tiveram uma melhora temporária, apoiados no aumento da Selic e em menores despesas com provisões para perdas", afirmaram os analistas em relatório a clientes. Sem esses dois fatores, os lucros teriam em vez disso caído 4% para o Itaú e 1% para o Bradesco, afirma, prevendo que a taxa de básica de juros se mantenha por um tempo em 11% ao ano e as despesas dos bancos com provisões para calotes cresçam. Os lucros de Itaú Unibanco e Bradesco avançaram 20 e 10%, respectivamente, em 12 meses encerrados no primeiro trimestre de 2014 pelas contas do Morgan Stanley. Os analistas consideram que a fraca atividade econômica do País e o maior nível de comprometimento da renda das famílias com dívidas tende a limitar o crescimento das linhas de crédito que oferecem maiores margens (como em cartões de crédito) em prol de linhas mais seguras, mas menos rentáveis. Para eles, o mercado não está precificando direito os riscos significativos da maior exposição do Itaú, por exemplo, a empréstimos em cartões de crédito. Além disso, as instituições têm capacidade limitada de amortecer o efeito de resultados operacionais mais fracos via corte de despesas administrativas. O Morgan Stanley manteve a recomendação para o Banco do Brasil em equalweight, por entender que a base de clientes do banco, bastante concentrada em funcionários públicos, pode proteger a instituição em um cenário de aumento do desemprego. Ademais, a avaliação do banco já é menor do que a de seus concorrentes privados. A recomendação para as units (tipos de ações) do Santander Brasil foi mantida em overweight. Os analistas avaliam que a oferta de recompra feita pelo acionista controlador, o espanhol Santander, deve dar suporte aos atuais preços das ações, embora a avaliação fundamentalista seja semelhante à descrita para Itaú e Bradesco.

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