segunda-feira, 7 de julho de 2014

JUROS DE EMPRÉSTIMOS PARA OBRAS DE ESTÁDIOS PAGARIAM DOIS ITAQUERÕES

Assim que o apito final soar no Maracanã no próximo domingo, a maior parte da fatura da Copa começa a ser cobrada de Estados, empresas e clubes de futebol que se endividaram para construir ou reformar os estádios usados durante o Mundial. O carnê é caro. Para garantir arenas com o padrão Fifa, os responsáveis pelas obras pegaram emprestados R$ 4,3 bilhões de bancos públicos e de um fundo de desenvolvimento regional. O valor total do financiamento chegará a R$ 6,7 bilhões, considerando os juros que serão cobrados nos próximos 13 anos. A estimativa de gastos com juros — R$ 2,4 bilhões — foi feita a pedido de Jorge Augustowski, diretor-executivo de economia da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), com base na cópia dos contratos disponíveis na página da Transparência do governo federal na internet. Com esse dinheiro, seria possível construir duas arenas como o Itaquerão. Dos 12 estádios usados durante o torneio, 11 tiveram suas obras bancadas, em parte, com o dinheiro emprestado pelos bancos. Apenas o Mané Garrincha, o mais caro (R$ 1,4 bilhão), foi erguido usando somente recursos do caixa do Distrito Federal. No total, os 11 estádios custaram R$ 7,1 bilhões. Nessa conta está incluído o custo dos juros de quatro arenas. O dinheiro dos primeiros empréstimos começou a ser liberado em 2011. Como os contratos previam carência de dois a três anos (prazo para o início do pagamento), as prestações só começaram a ser cobradas neste ano. Para os que bateram na porta dos bancos mais tarde — como Corinthians, Internacional e Atlético Paranaense —, a conta só começará a ser cobrada em 2015.

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