sexta-feira, 18 de julho de 2014

JANOT, PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, DIZ: "NUNCA VI TANTO DINHEIRO DESVIADO NA VIDA"; É A OPERAÇÃO LAVA-JATO

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira (18), que o esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, envolve vários “destinos e destinatários” e teria movimentado uma quantia de recursos que ele nunca havia visto. “O que eu posso dizer é que é um esquema enorme de lavagem de dinheiro. E esse dinheiro era utilizado em mais de uma utilidade. Então, tem campanha, corrupção, enfim. São vários os destinatários e destinos dessas importâncias”, disse Janot. Questionado se o montante ultrapassaria as primeiras estimativas de desvios de R$ 10 bilhões, afirmou: “Está difícil fazer uma estimativa ainda, mas é muito dinheiro, nunca vi tanto dinheiro na minha vida”. O procurador-geral não quis dar detalhes sobre as investigações, que correm em segredo de Justiça, mas afirmou que, assim que o processo estiver “maduro” para ser encaminhado à Justiça, revelará os nomes dos envolvidos. Na lista deve constar a participação, por exemplo, de alguns congressistas: “A gente está atrás dessas pessoas parlamentares e assim que tivermos condição de revelar os nomes, revelaremos”. Segundo Janot, o fato de nos próximos meses o País passar por período eleitoral não influenciará em um possível adiamento da divulgação dos envolvidos. “Esses fatos aconteceram todos antes do processo eleitoral. As investigações começaram antes do processo eleitoral. O que a gente não pode fazer é deixar de trabalhar em razão de um processo eleitoral. O que a gente não pode fazer, e não faremos, é fazer o uso político de uma investigação”, afirmou. “Esses nomes serão revelados quando a investigação estiver madura para ir para juízo”, acrescentou. O procurador-geral informou ainda que já está de posse dos dados fornecidos pelo governo da Suíça, que pode ter informações referentes a movimentações bancárias do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, no país europeu. No mês passado, o Ministério Público da Suíça bloqueou US$ 23 milhões depositados em contas atribuídas ao ex-diretor da estatal.

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