quinta-feira, 3 de julho de 2014

GERENTE DA PETROBRAS DIZ QUE INDÚSTRIA NAVAL PRECISA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE

Depois da construção de estaleiros em Estados de Norte a Sul do País, o desafio da indústria naval é manter a revitalização do setor, com mais previsibilidade e ganhos na produtividade, de acordo com a gerente executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Cristina Pinho. “A produtividade da indústria naval ainda está aquém daquilo que a gente precisa. Ainda temos atrasos significativos na entrega das unidades e ainda temos o que desenvolver em relação a alguns tipos de embarcações”, destacou ela durante palestra no seminário Rio Conferences, que teve como tema o setor de petróleo e gás, no Museu de Arte do Rio de Janeiro. Para a gerente da estatal, a nova indústria naval tem que se abrir para o mundo. Além disso, segundo ela, o setor ainda precisa de estaleiros para reparos das embarcações. “Nós temos poucos estaleiros de reparos. Ainda temos problemas sérios que afetam a produção da Petrobras quando a gente tem que botar os barcos para passar por reparos fora do País ou em estaleiros longe do Rio de Janeiro”, explicou. Cristina Pinho destacou também que, além de fabricar as embarcações, o setor precisa ter empresas com capacidade de prestar serviços de manutenção e suporte técnico. “Isso também traz uma riqueza grande para o Estado e para o Brasil. Gera emprego muito fortemente”, analisou. Segundo a gerente, a falta de infraestrutura de suporte à indústria naval ainda é um gargalo que não tem sido respondido a tempo pela iniciativa privada. “Infraestrutura com a iniciativa privada é um desafio enorme. Eu entro com a demanda, mas a resposta da inciativa privada ainda está muito lenta por uma série de questões: é muito dinheiro, são muitas licenças, são muitos constrangimentos. É a regulação, não estou dizendo que é certa ou errada, mas o processo é lento. Aeroporto, porto, base e dragagem ainda são problemas sérios de ser ultrapassados na indústria e nós precisamos muito disso”, avaliou. Um exemplo, segundo ela, é o Porto do Rio de Janeiro, que tem uma “vocação espetacular” para atender ao pré-sal, mas não tem sistema de dragagem. “A Petrobras precisa do Porto do Rio e muito”, comentou, chamando atenção ainda para a falta de profissionais de gestão mais experientes. “As pessoas mais velhas se aposentaram e não deu tempo de formar gestores de projetos experientes. E na indústria de óleo e gás não tivemos como manter os profissionais sênior conosco. Talvez tenha faltado um pouco de habilidade para mantê-los enquanto formávamos os mais novos”, disse.

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