sexta-feira, 25 de julho de 2014

DÉFICIT EM TRANSAÇÕES CORRENTES SOMA US$ 3,345 BILHÕES EM JUNHO

O déficit em transações correntes do Brasil somou 3,345 bilhões de dólares em junho, informou o Banco Central nesta sexta-feira. O resultado foi melhor do que projetavam analistas, 3,9 bilhões de dólares, e da estimativa do Banco Central, de 4,3 bilhões de dólares. Em maio, o déficit das transações ficou em 8,3 bilhões, o pior desempenho para o mês desde o início da série histórica, em 1947. As transações correntes mostram o fluxo de divisas que circula no Brasil por meio de importações, exportações e transferências de recursos. O montante é composto pelas contas da balança comercial, serviços, rendas e pelas remessas ao Exterior. De acordo com o Banco Central, a conta de rendas ficou negativa em 2,466 bilhões de dólares, enquanto a de serviços mostrou resultado negativo de 3,371 bilhões de dólares. Esses resultados foram parcialmente compensados pelo superávit comercial de 2,364 bilhões de dólares e pelas transferências unilaterais positivas em 128 milhões de dólares. No acumulado de janeiro a junho de 2014, o déficit em conta corrente soma 43,311 bilhões de dólares, o equivalente a 3,47% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado dos últimos 12 meses até junho, o saldo está negativo em 81,193 bilhões de dólares, o que representa 3,58% do PIB.  Sempre que as transações correntes ficam no vermelho, é preciso que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) seja alto o suficiente para cobrir o rombo. Nos últimos dez anos, até o final de 2012, foi possível financiar o déficit com o IED. Contudo, a saída de recursos tem se ampliado num compasso maior que a entrada. A trajetória das contas externas do País tem se deteriorado de maneira mais intensa desde meados de 2013. Esse fator, aliado à inflação e à deterioração fiscal, constitui a principal razão para a crescente desconfiança do investidor externo em relação ao Brasil. Analisando, sobretudo, as contas externas dos países emergentes, o Federal Reserve divulgou um relatório no início do ano apontando quais países estavam em situação mais vulnerável em relação a possíveis turbulências causadas pela retirada dos estímulos monetários. O Brasil foi citado pelo Fed como um dos mais vulneráveis.

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