quarta-feira, 2 de julho de 2014

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL ESTUDA OPÇÕES PARA SE LIVRAR DA CARTEIRA DE INADIMPLENTES NO VALOR DE 3,2 BILHÕES DE REAIS; ISSO SIGNIFICA QUE O VALOR COBRADO DOS CLIENTES NÃO É O QUE VALE A DÍVIDA

A Caixa Econômica Federal está analisando opções para se livrar de carteiras de crédito de má qualidade, incluindo vendê-las a investidores, no que pode ser o primeiro passo de plano para reduzir comprometimento de capital. Cerca de 3,2 bilhões de reais de créditos em atraso poderiam ser vendidos a fundos que lidam com operações vencidas. A Caixa Econômica Federal consultou até quatro gestores de fundos de crédito vencido. O movimento mostra o interesse do banco em abrir mão do crédito ruim, além de permitir a criação de mais espaço para novos empréstimos e a adequação a padrões de capital definidos por reguladores. "O negócio faz sentido para ambas as partes. Por ora, prazos não foram definidos e ainda há divergências sobre vários aspectos do negócio, incluindo o valor das carteiras", disse outra fonte. Isso significa que a Caixa Econômica Federal está lotada de créditos pobres, e precisa se livrar deles logo, para não ter que fazer provisionamento de capitais para cobrir o não pagamento. Em maio, o também estatal BNDES anunciou plano similar, com o qual pretende vender cerca de seis bilhões de reais em créditos vencidos (o que mostra a quanto levou a política do governo petista de assegurar crédito em qualquer condição, levou á formação de montanhas de créditos podres em instituições financeiras). Em dezembro de 2011, o Santander Brasil, maior banco estrangeiro no Brasil, leiloou 16 bilhões de reais em créditos ruins, até agora a maior transação do gênero no País. A decisão da Caixa Econômica Federal acontece após o banco ter entrado agressivamente na concessão de crédito para o varejo, por ordem do governo federal, seu controlador. A carteira de crédito da Caixa Econômica Federal era de cerca de 520 bilhões de reais no final de março, quase o triplo do tamanho que tinha no fim de 2010. O índice de inadimplência da Caixa Econômica Federal, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, subiu a 2,6% no primeiro trimestre, ante 2,3% um ano antes. No fim do primeiro trimestre, o montante de crédito podre da Caixa Econômica Federal, medido pelas operações classificadas como E até H, somava 25 bilhões de reais, ou 4,8% dos financiamentos para serem liquidados.

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