quarta-feira, 2 de julho de 2014

AIR FRANCE E AIRBUS SERÃO JULGADAS NA FRANÇA PELA QUEDA DO AVIÃO DO VÔO AF447

A Justiça da França informou nesta quarta-feira a familiares de vítimas do vôo AF-447 que encerrou a investigação sobre as causas do desastre do Airbus A330 no vôo da Air France Rio-Paris. Segundo os juízes de instrução do caso, Air France e Airbus serão levadas a julgamento pelo Tribunal Correcional de Paris por homicídio involuntário. Na prática as empresas vão responder pelo acidente ocorrido no Atlântico em 31 de maio de 2009, que deixou 228 mortos. A reunião aconteceu na sede do Palácio de Justiça de Paris. Para qu'e a decisão de enviar as duas companhias a julgamento seja concretizada, falta apenas que seja realizada a análise dos recursos impetrados em 14 de maio pela Air France e pelo Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha (SNPL), que reclamam do relatório final da contra-investigação realizada pela Justiça, a pedido da Airbus. O documento indica a responsabilidade dos pilotos após uma série de falhas técnicas decorrentes do congelamento das sondas de velocidade — os "tubos de pitot", que orientam os comandos eletrônicos de um Airbus A330. Antes da reunião com os juízes, a presidente da associação de familiares de vítimas Ajuda Mútua e Solidariedade AF447, Danièle Lamy, pediu mais uma vez que nenhuma das duas empresas seja liberada de julgamento, por temer que a Airbus pudesse não ter seu indiciamento confirmado. É preciso que a Airbus esteja no tribunal. Se eles se beneficiarem de uma anulação do processo, seria algo extremamente grave", afirmou. Para o advogado Yassine Bouzrou, que representa um grupo de familiares, a Justiça da França reuniu indícios sobre a responsabilidade pelo acidente. "Creio que há elementos suficientes hoje para que Airbus e Air France sejam condenadas por homicídio involuntário", disse. Em nota oficial, a Air France reagiu às informações, afirmando que não teve acesso às acusações. A companhia lembrou que a lei oferece três meses a mais às partes para solicitar mais uma vez a suspensão do indiciamento, após o final da investigação. A companhia ressaltou que a Justiça ainda não se pronunciou sobre o primeiro pedido, feito em maio.

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