terça-feira, 17 de junho de 2014

S&P REBAIXA RATING DA ARGENTINA APÓS DERROTA NA CORTE JUDICIAL DOS ESTADOS UNIDOS

A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da Argentina para CCC-, ante CCC+, citando maior risco de calote na dívida em moeda estrangeira do país, devido à derrota judicial do governo argentino ante credores de títulos da dívida do país nos Estados Unidos. Na segunda-feira, a Suprema Corte americana se recusou a ouvir o recurso da Argentina sobre sua tentativa de evitar o pagamento de 1,33 bilhão de dólares aos credores (fundos de hedge que adquiriam papéis da dívida no início dos anos 2000, também chamados de fundos abutres). "O governo da Argentina tem capacidade limitada de pagar os credores que entraram com a ação e, ao mesmo tempo, o serviço da dívida", afirmou a S&P. A agência manteve a nota de curto prazo em moeda estrangeira em C, afirmando que uma interrupção de pagamentos devido a determinações da Justiça não devem afetar a capacidade do governo de honrar a dívida emitida em moeda local. O rating da dívida de longo prazo em moeda local foi mantido inalterado em CCC+, com perspectiva negativa, e o da dívida de curto prazo em moeda local foi mantido em C. Ainda que a presidente peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner tenha afirmado em discurso na noite de segunda-feira que o país não dará o calote, a S&P avalia que a decisão da Corte dos Estados "eleva o risco de interrupção dos pagamentos da dívida". Cristina Kirchner negou rumores de default da dívida e afirmou que os 900 milhões de dólares que vencem em 30 de junho serão pagos. "Já autorizei o ministro da Fazenda para que disponha de todos os instrumentos para que recebam os dólares", afirmou. Se a Argentina continuar a postergar o pagamento da dívida, autoridades dos Estados Unidos podem impedir o pagamento integral aos credores titulares de títulos reestruturados, mesmo que o país seja capaz de honrá-los. Isso poderia resultar em default. A Argentina está tentando evitar o pagamento integral a credores liderados pelos fundos de hedge Aurelius Capital Management e NML Capital Ltd, unidade do Elliott Management Corp, do bilionário Paul Singer.

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