quinta-feira, 5 de junho de 2014

OPOSIÇÃO NA VENEZUELA CONVOCA PROTESTOS APÓS O INDICIAMENTO DO LÍDER LEOPOLDO LÓPEZ

A oposição venezuelana reagiu e prometeu, nesta quinta-feira, voltar a pôr milhares de manifestantes nas ruas contra a decisão da Justiça de indiciar o líder opositor Leopoldo López. Detido há mais de três meses, ele teve o pedido de liberdade condicional negado e será julgado por atos de violência durante os protestos de fevereiro. Se condenado, poderá pegar até 13 anos de prisão. A decisão foi anunciada na madrugada de quinta-feira após três dias de audiência para analisar o pedido do Ministério Público. López foi indiciado por crimes de dano ao patrimônio público, associação para delinquir, incêndio e incitação ao crime. Também foram acolhidas acusações semelhantes contra quatro estudantes presos com ele. O Vontade Popular (VP), do qual López é dirigente, convocou manifestações para as “principais cidades do país para definir com os venezuelanos uma nova etapa de luta” contra o governo, declararam o coordenador político nacional do VP, Freddy Guevara, e o prefeito de El Hatillo, David Smolansky. Ao lado da deputada venezuelana cassada María Corina Machado, independente, os dois pediram que os manifestantes se reunissem às 10 horas de domingo na Praça José Martí, em Caracas, onde López se entregou à polícia, em 18 de fevereiro: “Fazemos um chamado ao povo da Venezuela para que no domingo dê uma demonstração de coragem, valentia e compromisso de luta". Após ser indiciado, López divulgou uma carta na qual acusa a juíza Adriana López, responsável por julgar o processo, de “vender sua consciência ao poder corrupto” ratificando a medida de mantê-lo preso. Ele fez acusações também ao presidente Nicolás Maduro: “Tem razão de ter medo. Com todo seu abuso de poder, sua corrupção e antidemocracia não poderá fazer nada contra o bravo povo da Venezuela, que unido conseguirá derrotar a ditadura pelo caminho popular, democrático e constitucional". Desde fevereiro, há uma onda de protestos na Venezuela de estudantes universitários e opositores ao governo que reclamam, entre outros, da violência, do desabastecimento e da alta inflação que afetam o país - em março, ela alcançou uma taxa de 59%. Episódios de violência relacionados às manifestações deixaram 42 mortos e 835 feridos. Permanecem detidos desde então 213 manifestantes.

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