quarta-feira, 11 de junho de 2014

MINISTRO MARCO AURÉLIO MELO DIZ QUE RETIRAR DEFESA DO BANDIDO PETISTA MENSALEIRO JOSÉ GENOÍNO DO PLENÁRIO FOI "PÉSSIMO"

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta quarta-feira que foi "péssimo" o episódio da retirada do advogado do ex-deputado e bandido petista mensaleiro José Genoino do plenário da Corte por ordem do presidente do tribunal, ministro Joaquim Barbosa. Na avaliação de Marco Aurélio, apesar de ter chegado "ao extremo", o criminalista tem a obrigação de defender os interesses de seu cliente. "Achei péssimo. Nada surge sem uma causa e deve haver uma causa. E a causa, aponto como não haver ainda o presidente trazido os agravos recursos à mesa. Foi ruim em termos de estado democrático de direito. O regime é essencialmente democrático e advogado tem, pelo estatuto da advocacia, o direito à palavra", ponderou Marco Aurélio no intervalo da sessão desta quarta do STF, ao ser indagado por jornalistas: "Achei péssimo. Foi ruim em termos de estado democrático de direito". No início da sessão desta quarta-feira, Joaquim Barbosa mandou que seguranças tirassem o advogado Luiz Fernando Pacheco do plenário, que interrompeu julgamento para pedir que o Supremo discutisse o recurso de seu cliente, que pede que o bandido petista mensaleiro José Genoino deixe o presídio da Papuda, em Brasília, e volte para a prisão domiciliar. Após o debate acalorado no plenário, o advogado foi retirado do local pelos seguranças. "Eu completo dentro de dois dias 24 anos no Supremo e nunca vi uma situação parecida", observou Marco Aurélio Mello. Condenado a 4 anos e 8 meses de prisão, o bandido petista mensaleiro Genoino foi preso em novembro do ano passado, mas passou mal no presídio e obteve o direito a cumprir temporariamente a pena em prisão domiciliar. Por ordem do presidente do Supremo, o ex-deputado petista voltou à prisão no dia 1º de maio. A defesa de Genoino, contudo, recorreu da decisão. Para o ministro Marco Aurélio Mello, o advogado não encontrou outras opções para tentar que seu pedido fosse analisado. Na opinião do magistrado, seu colega de tribunal deveria ter submetido a solicitação "imediatamente" ao plenário. "Chegou ao extremo. Não é atitude louvável, mas qual seria instrumento para trazer matéria ao plenário? Eu tenho que reconhecer que o constituído deve contas ao constituinte e deve atuar sem desassombro, sem receio de desagradar quem quer que seja", enfatizou.

Um comentário:

Sônia Brasileira disse...

Uai, mas então todos os advogados de todos os clientes também poderão interromper qualquer juiz em qualquer momento de seu trabalho, inclusive no meio de quaisquer julgamentos? É o caos!