sexta-feira, 13 de junho de 2014

JUIZ SÉRGIO MORO LIBERA AS INVESTIGAÇÕES DA OPERAÇÃO LAVA-JATO PARA A CPI DA PETROBRAS; DEPUTADOS DEVEM PEDIR TAMBÉM AS INVESTIGAÇÕES DA OPERAÇÃO MONTE POLLINO

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, determinou nesta sexta-feira o compartilhamento das provas da investigação da Operação Lava Jato com a CPI da Petrobras. Os parlamentares terão acesso à investigação da Polícia Federal sobre possíveis desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O processo envolve o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Os detalhes sobre supostas contas bancárias secretas do ex-diretor em bancos da Suíça também chegarão aos senadores. Os deputados deveriam pedir também as investigações da Operação Monte Pollino, conexa com a Operação Lava Jato, na qual é investigado o tráfico de cocaína para a máfia italiana Ndrangheta, financiando com dinheiro desviado da Petrobras. De acordo com o juiz Sérgio Moro, a CPI poderá auxiliar na investigação. “Considerando que o compartilhamento irá instruir investigação criminal realizada pelo Congresso e de crimes apenados com reclusão (corrupção, peculato e lavagem, aparentemente) e que as provas colhidas neste feito e nos conexos podem servir eventualmente a outras investigações, não havendo ainda princípio da especialidade a impedir o compartilhamento das provas, é o caso de deferir o requerido”, decidiu Moro. De acordo com o Ministério Público Federal, os desvios na construção da refinaria pernambucana ocorreram por meio de contratos superfaturados, feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014. Conforme o Ministério Público Federal, a obra orçada em R$ 2,5 bilhões custou mais de R$ 20 bilhões. A investigação indica que os desvios tiveram a participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento, e de Alberto Youssef, dono de empresas de fachada. Nos últimos dias, o Ministério Público da Suíça informou à Justiça Federal brasileira que foram descobertas naquele país contas bancárias no valor de US$ 29 milhões ligadas ao caso. Foram identificadas 12 contas em bancos suíços sob o controle de Paulo Roberto Costa, suas duas filhas, genros e de um funcionário do doleiro Alberto Youssef. Do total, US$ 23 milhões pertencem ao ex-diretor da Petrobras, segundo o levantamento suíço. Paulo Roberto Costa é suspeito de ligação com uma organização criminosa que lavava dinheiro em seis Estados e no Distrito Federal, desarticulada na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Em um dos processos, Paulo Roberto Costa e Youssef estão envolvidos em desvio de dinheiro na construção da refinaria pernambucana. Na segunda ação penal, Paulo Roberto Costa é acusado de obstruir as investigações com a cumplicidade das duas filhas, Arianna e Shanni Costa, e os dois genros.

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