sexta-feira, 20 de junho de 2014

JIHADISTAS OCUPAM FÁBRICA DE ARMAS QUÍMICAS DE SADDAM HUSSEIN

Os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) tomaram o controle de uma antiga fábrica de armas químicas que operou durante o regime de Saddam Hussein (1979-2003) e que ainda contém alguns estoques inutilizados dessas armas, informaram fontes do Departamento de Estado e do governo americano citadas pelo jornal The Wall Street Journal. As autoridades americanas também afirmaram que não acreditam que o grupo será capaz de usar o material para produzir uma arma química funcional. Os estoques de agentes químicos armazenados no complexo chamado Al Muthanna, que fica a cerca de 70 quilômetros de Bagdá, são antigos, difíceis de manejar e estão na maior parte contaminados, de acordo com essas fontes. No entanto, segundo o Wall Street Journal, a captura do complexo tem sido acompanhada pelos Estados Unidos. “Nós nos preocupamos com a tomada de qualquer complexo militar pelo EIIL”, disse Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado. “Mas também não acreditamos que o complexo contenha armas químicas com valor militar e também é muito difícil, se não impossível, mover com segurança qualquer um desses materiais”. Fontes das Forças Armadas dos Estados Unidos afirmaram ao jornal que sabiam sobre o estoque em Al Muthanna e que as armas não teriam sido deixadas lá se elas ainda representassem uma ameaça. “As únicas pessoas que podem sofrer algum risco com essas armas são as que eventualmente mexerem nelas”, disse um militar, fazendo referência a uma possível contaminação. A tomada do complexo é mais um dos sinais do caos provocado no Iraque pela ofensiva dos militantes do EIIL, que conseguiram tomar várias cidades e chegaram a ficar no controle da maior refinaria do país. O Wall Street Journal aponta que é irônico que este novo capítulo da guerra do Iraque, que começou há mais de dez anos com a justificativa de erradicar as armas químicas de Saddam, envolva a tomada dessas mesmas armas por terroristas muçulmanos. Durante a guerra que o Iraque travou com o Irã na década de 80, Saddam usou o complexo de Al Muthanna para fabricar gases como sarin e mostarda e o agente nervoso VX. No final dos anos 90 e começo dos 2000, Saddam desmantelou o complexo e inutilizou os estoques graças à pressão de inspetores das Nações Unidas. Quando as Forças Armadas americanas invadiram o país, não encontraram nenhuma arma funcional, apenas esses estoques inutilizados que agora caíram nas mãos dos jihadistas. De acordo com o governo americano, a maior parte dessas armas está em depósitos subterrâneos que tiveram as entradas obstruídas. Até agora, os jihadistas não teriam tentado abrir as portas.

Um comentário:

Nelson Filho disse...

A PM estah sendo vitima de guerra assimetrica? Tal como descrita no artigo abaixo de Olavo de Carvalho?
----
Guerra de covardes
Olavo de Carvalho
Zero Hora, 26 de dezembro de 2004
O acontecimento foi omitido pela mídia nacional, mas o leitor pode conferir na página http://www.rebelion.org/noticia.php?id=8980 em junho de 2004, o comandante-geral do Exército venezuelano, general Raúl Baduel, discursando no 51º aniversário da Escuela de Infantería, anunciou oficialmente a nova doutrina militar de seu país, baseada no conceito de "guerra do povo" criado pelo comandante vietnamita Vo Nguyen Giap. A idéia é simples, genial e de uma bestialidade a toda prova. Consiste em envolver toda a população na atividade guerreira, de modo a privar o adversário do centro de gravidade do seu ataque - a destruição física do exército convencional - e forçá-lo à escolha impossível entre o genocídio assumido e a autocontenção debilitante.

Sua adoção pelo Vietnã do Norte foi uma das primeiras aplicações do princípio geral que depois viria a chamar-se "guerra assimétrica", no qual um dos lados se arroga o direito a todos os crimes, a todas as covardias, ao mesmo tempo que amarra o adversário numa complexa rede de cobranças morais perante a opinião pública, levando-o à hesitação e à paralisia. O exército de Giap era, nesse sentido, a exata inversão de um exército normal, que arrisca a vida no campo de batalha para proteger o povo. Seus soldados espalhavam-se e diluíam-se no meio da população, usando-a metodicamente como escudo humano. As mortes de civis deliberadamente provocadas pelo seu próprio governo eram em seguida aproveitadas como material de propaganda contra os EUA.

Nem Hitler e Stalin chegaram a tamanha baixeza. Giap, por havê-la praticado gostosamente anos a fio, foi entronizado como santo do movimento comunista internacional.

Muitos jornalistas ocidentais - brasileiros inclusive - foram cúmplices voluntários da operação. O repórter José Hamilton Ribeiro, da revista Realidade, confessou que ele e seus colegas repassavam aos leitores, como notícias confiáveis, aquilo que sabiam perfeitamente ser pura desinformação vietcongue.

A vitória de Giap foi aliás devida antes a esses amáveis colaboradores do que à astúcia macabra da sua estratégia. Na ofensiva do Tet, ele caiu na sua própria armadilha, retirando o exército de sob as saias da população e expondo-o num ataque maciço. Resultado: suas tropas foram esmagadas, mal restando o suficiente para invadir a embaixada americana em Saigon e aterrorizar funcionários civis. A imagem destes em debandada, porém, foi transmitida pelos jornalistas americanos pró-vietcongue (a quase totalidade deles) como prova de "derrota" do seu país, causando a crise política que obrigou o presidente Johnson a retirar suas tropas do Vietnã, curvando-se ante um inimigo militarmente destroçado. O próprio Giap, anos depois, reconheceu que suas armas mais eficazes foram a mídia esquerdista chique e os movimentos "pacifistas" que amarraram as mãos do governo americano, entregando o Vietnã do Sul e o Camboja ao domínio dos comunistas, os quais ali puderam então matar tranqüilamente 3 milhões de civis, a salvo de qualquer protesto ocidental audível.

Pois bem, foi à doutrina giapiana da covardia organizada que a Venezuela aderiu oficialmente, contando, para implementá-la, com a ajuda do Brasil, no mínimo sob a modalidade do fornecimento de armas, mas idealmente como apoio à adoção da "guerra do povo" como doutrina militar global da Comunidade Sul-Americana de Nações.

Se as nossas Forças Armadas, o último reduto da honestidade e do patriotismo no Brasil, consentirem em colaborar com os planos do governo da Venezuela, não restará alternativa para os cidadãos honrados - se ainda existirem depois disso - senão sair do país.

Meus votos de ano novo a todos os brasileiros resumem-se num só: que isso não chegue a acontecer.